Usar drogas não é uma questão de livre arbítrio. Legais ou não, nos dias de hoje elas estão ao alcance de qualquer um. Mais fáceis do que muitos remédios vendidos em farmácias. A diferença, neste caso é uma só: controle de qualidade. como saber o que se está comprando?
A situação é mais séria do que parece. São milhares de pessoas, consumidores eventuais, correndo risco de vida. Muito se fala sobre o ecstasy, a droga que mais se populariza no Brasil e no mundo, mas nunca o discurso maniqueísta é posto de lado a fim de esclarecer a pergunta básica:
Em alguns países, existem fortes esquemas de informação aos os usuários, várias pílulas são regularmente testadas e os resultados divulgados. No Brasil entretanto, uma mistura de hipocrisia e moralismo impede a difusão de dados detalhados. "Não use drogas." é o que dizem as campanhas, sem procurar subsídios para que usuários recreativos tenham um mínimo de segurança. Governo e organizações governamentais lavam suas mãos e deixam a cargo de cada um buscar as informações necessárias.
Teoricamente, uma pastilha de ecstasy deveria ser composta de MDMA (3,4-metilenodióxido-N-Metilanfetamina). No entanto o que se vê na prática são várias pílulas, vendidas como ecstasy, com adição de uma série de outras substâncias como anfetamina (regularmente usadas) ou LSD(raramente) são bem conhecidas. No entanto, também são encontradas drogas menos populares como efedrina (que produz efeitos similares ao do MDMA, como taquicardia e gargantam seca) ou ketamina.
Apesar disso, não são essas as substâncias mais perigosas que podem ser encontradas misturadas à droga. Atropina, substância ativa de um remédio controlado, e bastante perigosa se superdosada, foi encontrada em certas apreenções de ecstasy na Europa; assim como o 4-MTA, componente suspeito por várias mortes na Holanda e nos EUA. DMX também vem sendo vendido como ecstasy. Isolado, é uma substância menos nociva, porém misturado ao MDMA, se torna bastante perigoso.
Uma outra substância o PMA (para-metoxianfetamina), também vendida como ecstasy, tem sido culpada por mortes na Europa, austrália e EUA. PMA parece com um ecstasy fraco, quando em pequenas doses, demora cerca de meia hora a mais para fazer efeito e então produz uma pequena euforia e efeitos estimulantes. Porém em doses maiores, causa um dramático aumento de temperatura, pressão sanguínea e batimentos cardíacos, potencialmente podendo levar a convulções, coma e morte.
Até mesmo estricnina, usada em veneno para ratos, foi encontrada em certas pílulas, recentemente na Holanda. Cada uma continha 8mg da substância. Especialistas estimam que a dose fatal para seres humanos esteja entre 5mg e 20mg. Vale a pena correr o risco?