A presença da coronel da Polícia Militar Cláudia Romualdo, chefe do Comando de Policiamento da Capital, junto à tropa que faz a segurança da Câmara Municipal de Belo Horizonte, irritou os manifestantes que ocupam o prédio desde as 9h de sábado (29). Alguns chegaram a realizar um ato de repúdio à militar.
"Ela não ama, ela é polícia. Joga bomba e é oportunista. Coronel Cláudia arrasa no look, tira foto no protesto para postar no Facebook", cantaram os manifestantes. "Não seja alienado, a coronel não está do nosso lado", também gritaram."
A coronel Cláudia era assediada por algumas pessoas à porta da Câmara. Retribuía cumprimentos e tirava fotos. Desde o início das manifestações de rua na capital mineira, no sábado (18), a militar tem sido festejada por manifestantes.
Durante os protestos, acompanhou as três passeatas entre a praça Sete e o Mineirão, que começaram em festa e terminaram em tumultos e depredações.
Chegou a ser chamada por alguns manifestantes de "presidenta". Virou destaque nas redes sociais.Nos outros dias em que os protestos não chegaram ao estádio, deu autógrafos, recebeu flores, foi aplaudida.
Os protestos estavam proibidos de acontecerem durante a Copa das Confederações pela Justiça de Minas Gerais, medida posteriormente suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A militar optou por escoltar os manifestantes e não impedir as manifestações, desse modo descumprindo a decisão judicial. Rapidamente, Cláudia Romualdo virou celebridade.
A coronel disse que estava acostumada com "situações" como essa e que não iria comentar o ato de repúdio.
Em abril, a coronel foi agredida durante um jogo de futebol entre Atlético-MG e Arsenal de Sarandí, no estádio Independência, pela Libertadores, e ganhou projeção nacional pela serenidade com que tratou a confusão.
Terceiro dia de ocupação
A ocupação da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte por cerca de 300 manifestantes, de acordo com a PM, entra em seu terceiro dia nesta segunda-feira (1º).
Eles resolveram continuar acampados e decidiram que a assembleia que seria realizada, também nesta segunda-feira, embaixo do viaduto Santa Tereza, no centro da capital mineira, vai acontecer na própria Câmara. A Prefeitura se comprometeu a dar uma resposta à exigência de uma reunião com o prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Além da reunião e ampliação da redução das tarifas de ônibus, os manifestantes exigem o passe livre para estudantes, desempregados e aposentados, acesso às planilhas de custos das concessionárias e revisão dos atuais contratos com as 43 empresas que exploram o transporte coletivo em Belo Horizonte.