O papa, desde o primeiro dia de seu mandato, havia deixado claro que queria uma "Igreja pobre para os pobres" e que a função dos religiosos era servir. O bispo Franz-Peter acabou se transformando num primeiro teste para o argentino, que há três dias havia solicitado uma reunião com o alemão e nesta quarta-feira o afastou.
Em nota, o Vaticano apenas indicou que seria "apropriado um período de ausência da diocese". "Uma situação foi criada na qual o bispo não pode mais exercer suas funções episcopais", diz o texto. Em um país onde parte dos impostos dos cidadãos vai para a Igreja, o bispo acabou ganhando notoriedade por seus gastos. Fiéis e ONGs pediram sua demissão depois das revelações de que apenas o banheiro de sua casa teria custado 15 mil euros. Uma mesa para reuniões foi avaliada em € 25 mil. Uma capela privada também foi erguida, no valor de € 2,9 milhões.
Foto: Fredrik Von Erichsen/EFE
A extravagância ia além. Numa missão para visitar pobres na Índia, o bispo viajou em primeira classe. Mas foi o fato de ele ter mentido sobre os gastos que convenceu o papa a afastá-lo. Originalmente, a residência deveria ter custado € 5,5 milhões. Mas o valor final foi seis vezes maior. Até o governo da chanceler Angela Merkel saudou a decisão, indicando sua "esperança de que isso seja uma resposta