segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Negros são 70% das vítimas de assassinatos no Brasil, reafirma Ipea.

Dados divulgados pelo Ipea dão conta de que assassinatos se relacionam à cor, condição social e escolaridade.


A pesquisa Participação, Democracia e Racismo?, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quinta-feira apontou que, a cada três assassinatos no País, dois vitimam negros. Os dados foram apresentados pelo diretor Daniel Cerqueira, no lançamento da 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi).

Segundo a pesquisa, a possibilidade de o negro ser vítima de homicídio no Brasil é maior inclusive em grupos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes. A chance de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos.

A pesquisa mostra ainda que negros são maiores vítimas de agressão por parte de polícia. A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que em 2009, 6,5% dos negros que sofreram uma agressão tiveram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.

Segundo Daniel Cerqueira, mais de 60 mil pessoas são assassinadas por ano no País e há um forte viés de cor e condição social nessas mortes: “Numa proporção 135% maior do que os não-negros. Enquanto a taxa de homicídios de negros é de 36,5 por 100 mil habitantes, no caso de brancos, a relação é de 15,5 por 100 mil habitantes”

 Reflexão: O problema é social e não racial. Será?
 http://negrobelchior.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/negrobelchior/sites/2/2013/10/violencia12.jpg
 O diretor do Ipea afirma ainda que “Há uma perda na expectativa de vida devido à violência letal 114% maior para pessoas negras.  Enquanto o homem negro perde 20 meses e meio de expectativa de vida ao nascer, a perda do branco é de oito meses e meio”, explica Cerqueira.

De acordo com projeções do estudo, pelo menos 36.735 brasileiros de entre 12 e 18 anos serão assassinados até 2016, em sua maioria por arma de fogo, em caso de se manter o atual ritmo de violência contra os jovens. Trata-se do maior nível desde que o índice começou a ser medido em 2005, quando a taxa era de 2,75 adolescentes assassinados por cada mil.

Para Almir de Oliveira Júnior, pesquisador do Ipea, e Verônica Couto de Araújo Lima, acadêmica da área de Direitos Humanos da UnB, se no Brasil a exposição da população como um todo à possibilidade de morte violenta já é grande, ser negro corresponde a pertencer a um grupo de risco.

O estudo foi realizado pela Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, pelo Fundo das Nações Unidas Para a Infância, o Unicef, pelo Observatório de Favelas e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O dia em que um alienado foi merecidamente humilhado. GEORGE GALLOWAY na Universidade de Oxford em 29 outubro2012 - LEGENDADO




Redação Pragmatismo




Assista abaixo o que ocorre quando uma pessoa (aluno de Oxford, diga-se)   que se   considera muito bem informada pela mídia tradicional encontra   George Galloway  George Galloway é um político e ativista que merece ser   ouvido. Ele se opôs à Guerra do Iraque, e por isso foi expulso do Partido   Trabalhista na era Blair,  um premiê alinhado completamente com os   Estados Unidos de Bush.

O vídeo abaixo é parte de uma conversa de Galloway com estudantes de Oxford. Galloway faz um ponto extraordinário: como o “conhecimento limitado sobre tudo” embota a mente das pessoas e as faz vomitar preconceitos, mentiras e bobagens. 

Um aluno de Oxford – e estamos falando de um dos mais nobres centros de ensino da  humanidade – tenta colocar na parede Galloway e recebe uma resposta que jamais  esquecerá.
Aplausos, de pé, para Galloway. Assista:

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

“Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista com Giorgio Agamben.

Peppe Salvà entrevista Giorgio Agamben.
“O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro”, afirma Giorgio Agamben, em entrevista concedida a Peppe Salvà e publicada por Ragusa News, 16-08-2012.
Giorgio Agamben é um dos maiores filósofos vivos. Amigo de Pasolini e de Heidegger, foi definido pelo Times e pelo Le Monde como uma das dez mais importantes cabeças pensantes do mundo. Pelo segundo ano consecutivo ele transcorreu um longo período de férias em Scicli, na Sicília, Itália, onde concedeu a entrevista.
Segundo ele, “a nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governabilidade que se define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas”. Assim, “a tarefa que nos espera consiste em pensar integralmente, de cabo a cabo,  aquilo que até agora havíamos definido com a expressão, de resto pouco clara em si mesma, “vida política”, afima Agamben.
A tradução é de Selvino  J. Assmann, professor de Filosofia do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC [e tradutor de três das quatro obras de Agamben publicadas pela Boitempo], para o site do Instituto Humanitas Unisinos.
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O governo Monti invoca a crise e o estado de necessidade, e parece ser a única saída tanto da catástrofe  financeira quanto das formas indecentes que o poder havia assumido na Itália. A convocação de Monti era a única saída, ou poderia, pelo contrário, servir de pretexto para impor uma séria limitação às liberdades democráticas?
“Crise” e “economia” atualmente não são usadas como conceitos, mas como palavras de ordem, que servem para impor e para fazer com que se aceitem medidas e restrições que as pessoas não têm motivo algum para aceitar. “Crise” hoje em dia significa simplesmente “você deve obedecer!”. Creio que seja evidente para todos que a chamada “crise” já dura decênios e nada mais é senão o modo normal como funciona o capitalismo em nosso tempo. E se trata de um funcionamento que nada tem de racional.
Para entendermos o que está acontecendo, é preciso tomar ao pé da letra a ideia de Walter Benjamin, segundo o qual o capitalismo é, realmente, uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro.  Deus não morreu, ele se tornou Dinheiro.  O Banco – com os seus cinzentos funcionários e especialistas – assumiu  o lugar da Igreja e dos seus padres e, governando o crédito (até mesmo o crédito dos Estados, que docilmente abdicaram de sua soberania), manipula e gere a fé – a escassa, incerta confiança – que o nosso tempo ainda traz consigo. Além disso, o fato de o capitalismo ser hoje uma religião, nada o mostra melhor do que o titulo de um grande jornal nacional (italiano) de alguns dias atrás: “salvar o euro a qualquer preço”. Isso mesmo, “salvar” é um termo religioso, mas o que significa “a qualquer preço”? Até ao preço de “sacrificar” vidas humanas? Só numa perspectiva religiosa (ou melhor, pseudo-religiosa) podem ser feitas afirmações tão evidentemente absurdas e desumanas.
A crise econômica que ameaça levar consigo parte dos Estados europeus pode ser vista como condição de crise de toda a modernidade?
A crise atravessada pela Europa não é apenas um problema econômico, como se gostaria que fosse vista, mas é antes de mais nada uma crise da relação com o passado. O conhecimento do passado é o único caminho de acesso ao presente. É procurando compreender o presente que os seres humanos – pelo menos nós, europeus – são obrigados a interrogar o passado.  Eu disse “nós, europeus”, pois me parece que, se admitirmos que a palavra “Europa” tenha um sentido, ele, como hoje aparece como evidente, não pode ser nem político, nem religioso e menos ainda econômico, mas talvez consista nisso, no fato de que o homem europeu – à diferença, por exemplo, dos asiáticos e dos americanos, para quem a história e o passado têm um significado completamente diferente – pode ter acesso à sua verdade unicamente através de um confronto com o passado, unicamente fazendo as contas com a sua história.
O passado não é, pois, apenas um patrimônio de bens e de tradições, de memórias e de saberes, mas também e sobretudo um componente antropológico essencial do homem europeu, que só pode ter acesso ao presente olhando, de cada vez, para o que ele foi. Daí nasce a relação especial que os países europeus (a Itália, ou melhor, a Sicília, sob este ponto de vista é exemplar) têm com relação às suas cidades, às suas obras de arte, à sua paisagem: não se trata de conservar bens mais ou menos preciosos, entretanto exteriores e disponíveis; trata-se, isso sim, da própria realidade da Europa, da sua indisponível sobrevivência. Neste sentido, ao destruírem, com o cimento, com  as autopistas e a Alta Velocidade, a paisagem italiana, os especuladores não nos privam apenas de um bem, mas destroem a nossa própria identidade. A própria expressão “bens culturais” é enganadora, pois sugere que se trata de bens entre outros bens, que podem ser desfrutados economicamente e talvez vendidos, como se fosse possível liquidar e por à venda a própria identidade.
Há muitos anos, um filósofo que também era um alto funcionário da Europa nascente, Alexandre Kojève, afirmava que o homo sapiens havia chegado  ao fim de sua história e já não tinha nada diante de si a não ser duas possibilidades: o acesso a uma animalidade pós-histórica (encarnado pela american way of life) ou o esnobismo (encarnado pelos japoneses, que continuavam a celebrar as suas cerimônias do chá, esvaziadas, porém, de qualquer significado histórico). Entre uma América do Norte integralmente re-animalizada e um Japão que só se mantém humano ao preço de renunciar a todo conteúdo histórico, a Europa poderia oferecer a alternativa de uma cultura que continua sendo humana e vital, mesmo depois do fim da história, porque é capaz de confrontar-se com a sua própria história na sua totalidade e capaz de alcançar, a partir deste confronto, uma nova vida.
A sua obra mais conhecida, Homo Sacer, pergunta pela relação entre poder político e vida nua, e evidencia as dificuldades presentes nos dois termos. Qual é o ponto de mediação possível entre os dois pólos?
Minhas investigações mostraram que o poder soberano se fundamenta, desde a sua origem, na separação entre vida nua (a vida biológica, que, na Grécia, encontrava seu lugar na casa) e vida politicamente qualificada (que tinha seu lugar na cidade). A vida nua foi excluída da política e, ao mesmo tempo, foi incluída e capturada através da sua exclusão. Neste sentido, a vida nua é o fundamento negativo do poder. Tal separação atinge sua forma extrema na biopolítica moderna, na qual o cuidado e a decisão sobre a vida nua se tornam aquilo que está em jogo na política. O que aconteceu nos estados totalitários do século XX reside no fato de que é o poder (também na forma  da ciência) que decide, em última análise, sobre o que é uma vida humana e sobre o que ela não é. Contra isso, se trata de pensar numa política das formas de vida, a saber, de uma vida que nunca seja separável da sua forma, que jamais seja vida nua. 
O mal-estar, para usar um eufemismo, com que  o ser humano comum se põe frente ao mundo da política tem a ver especificamente com a  condição italiana ou é de algum modo inevitável?
Acredito que atualmente estamos frente a um fenômeno novo que vai além do desencanto e da desconfiança recíproca entre os cidadãos e o poder e tem a ver com o planeta inteiro. O que está acontecendo é uma transformação radical das categorias com que estávamos acostumados a pensar a política. A nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governamentalidade que se define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas. E que este modelo seja, do ponto de vista do poder, mais  econômico e funcional é provado pelo fato de que foi adotado também por aqueles regimes que até poucos anos atrás eram ditaduras. É mais simples manipular a opinião das pessoas através da mídia e da televisão do que dever impor em cada oportunidade as próprias decisões com a violência. As formas da política por nós conhecidas – o Estado nacional, a soberania, a participação democrática, os partidos políticos, o direito internacional – já chegaram ao fim da sua história. Elas continuam vivas como formas vazias, mas a política tem hoje a forma de uma “economia”, a saber, de um governo das coisas e dos seres humanos. A tarefa que nos espera consiste, portanto, em pensar integralmente, de cabo a cabo, aquilo que até agora havíamos definido com a expressão, de resto pouco clara em si mesma, “vida política”.
O estado de exceção, que o senhor vinculou ao conceito de soberania, hoje em dia parece assumir o caráter de normalidade, mas os cidadãos ficam perdidos perante a incerteza na qual vivem cotidianamente. É possível atenuar esta sensação?
Vivemos há decênios num estado de exceção que se tornou regra, exatamente assim como acontece na economia  em que a crise se tornou a condição normal. O estado de exceção – que deveria sempre ser limitado no tempo – é, pelo contrário, o modelo normal de governo, e isso precisamente nos estados que se dizem democráticos. Poucos  sabem que as normas introduzidas, em matéria de segurança, depois do 11 de setembro (na Itália já se havia começado a partir dos anos de chumbo) são piores do que aquelas que vigoravam sob o fascismo. E os crimes contra a humanidade cometidos durante o nazismo foram possibilitados exatamente pelo fato de Hitler, logo depois que assumiu o poder, ter proclamado um estado de exceção que nunca foi revogado. E certamente ele não dispunha das possibilidades de controle (dados biométricos, videocâmeras, celulares, cartões de crédito) próprias dos estados contemporâneos. Poder-se-ia afirmar hoje que o Estado considera todo cidadão um terrorista virtual. Isso não pode senão piorar e tornar impossível  aquela participação na política que deveria definir a democracia. Uma cidade cujas praças e cujas estradas são controladas por videocâmeras não é mais um lugar público: é uma prisão.
A  grande autoridade que muitos atribuem a estudiosos que, como o senhor, investigam a natureza do poder político poderá trazer-nos esperanças de que, dizendo-o de forma banal,  o futuro será melhor do que o presente?
Otimismo e pessimismo não são categorias úteis para pensar. Como escrevia Marx em carta a Ruge: “a situação desesperada da época em que vivo me enche de esperança”.
Podemos fazer-lhe uma pergunta sobre a aula que o senhor deu em Scicli? Houve quem lesse a conclusão que se refere a Piero Guccione como se fosse uma homenagem devida a uma amizade enraizada no tempo, enquanto outros viram nela uma indicação  de como sair do xeque-mate no qual a arte contemporânea está envolvida.
Trata-se de uma homenagem a Piero Guccione e a Scicli, pequena cidade em que moram alguns dos mais importantes pintores vivos. A situação da arte hoje em dia é talvez o lugar exemplar para compreendermos a crise na relação com o passado, de que acabamos de falar. O único lugar em que o passado pode viver é o presente, e se o presente não sente mais o próprio passado como vivo, o museu e a arte, que daquele passado é a figura eminente, se tornam lugares problemáticos. Em uma sociedade  que já não sabe o que fazer do seu passado, a arte se encontra premida entre a Cila do museu e a Caribdis da mercantilização. E muitas vezes, como acontece nos templos do absurdo que são os museus de arte contemporânea, as duas coisas coincidem.
Duchamp talvez tenha sido o primeiro a dar-se conta do beco sem saída em que a arte se meteu. O que faz Duchamp quando inventa o ready-made? Ele toma um objeto de uso qualquer, por exemplo, um vaso sanitário, e, introduzindo-o num museu, o força a apresentar-se como obra de arte. Naturalmente – a não ser o breve instante que dura o efeito do estranhamento e da surpresa – na realidade nada alcança aqui a presença: nem a obra, pois se trata de um  objeto de uso qualquer, produzido industrialmente, nem a operação artística, porque não há de forma alguma uma poiesis, produção – e nem sequer o artista, porque aquele que assina com um irônico nome falso o vaso sanitário não age como artista, mas, se muito, como filósofo ou crítico, ou, conforme gostava de dizer Duchamp, como “alguém que respira”, um simples ser vivo.
Em todo caso, certamente ele não queria produzir uma obra de arte, mas desobstruir o caminhar da arte, fechada entre o museu e a mercantilização.  Vocês sabem: o que de fato aconteceu é que um conluio, infelizmente ainda ativo, de hábeis especuladores e de “vivos” transformou o ready-made em obra de arte. E a chamada arte contemporânea nada mais faz do que repetir o gesto de Duchamp, enchendo com não-obras e performances em museus, que são meros organismos do mercado, destinados a acelerar a circulação de mercadorias, que, assim como o dinheiro, já alcançaram o estado de liquidez e querem ainda valer como obras. Esta é a contradição da arte contemporânea: abolir a obra e ao mesmo tempo estipular seu preço.
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Sobre o autor
Giorgio Agamben nasceu em Roma em 1942. É um dos principais intelectuais de sua geração, autor de muitos livros e responsável pela edição italiana das obras de Walter Benjamin. Deu cursos em várias universidades europeias e norte-americanas, recusando-se a prosseguir lecionando na New York University em protesto à política de segurança dos Estados Unidos. Foi diretor de programa no Collège International de Philosophie de Paris. Mais recentemente ministrou aulas de Iconologia no Istituto Universitario di Architettura di Venezia (Iuav), afastando-se da carreira docente no final de 2009. Sua obra, influenciada por Michel Foucault e Hannah Arendt, centra-se nas relações entre filosofia, literatura, poesia e, fundamentalmente, política. Entre seus principais livros destacam-se Homo sacer (2005), Estado de exceção (2005), Profanações (2007), O que resta de Auschwitz (2008) e O reino e a glória (2011), os quatro últimos publicados no Brasil pela Boitempo 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Dono do helicóptero do pó ganhou 3 contratos sem licitação de Aécio Neves.

Aécio Neves e Zezé Perrela, dono do helicóptero do pó (reprodução)

Miguel do Rosário, Tijolaço
Escrevo há uns quinze anos sobre política, de maneira quase ininterrupta, e tendo ideais progressistas, sempre fui crítico à grande imprensa brasileira. No entanto, nunca me deparei com um grau de degradação tão avassalador como vejo nos últimos dias.
A imprensa trata com inexplicável discrição aquele que pode ser o maior escândalo das últimas décadas, rivalizando até mesmo com o trensalão paulista.O Ministério Público de Minas Gerais vai propor, nos próximos dias, uma Ação Civil Pública, para investigar repasses do governo do estado, na gestão de Aécio Neves, para a empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda, proprietária do helicóptero apreendido com meia tonelada de pó. Os repasses aconteceram em 2009, 2010 e 2011.
Achei reportagens do ano passado com informações sobre suspeitas do Ministério Público contra a Limeira, empresa dos Perrela. O MP apurava possível contratação irregular, sem licitação, pelo governo do estado, além de superfaturamento. A compra da fazenda Guará (a mesma onde o helicóptero foi apreendido), avaliada em R$ 60 milhões, também estava sob a mira dos procuradores, visto que o bem havia sido ocultado pelo senador Zezé Perrela.
Hoje há uma matéria no Globo sobre o tema, mencionando as suspeitas do Ministério Público, mas sem chamada na primeira página e sem qualquer citação ao partido do governo do estado, e às relações quase íntimas entre os Perrela e o provável candidato do PSDB à presidência da república, Aécio Neves. A reportagem informa que o senador Zezé Perrela (PDT-MG) também pagou com sua verba de gabinete o combustível usado no famoso helicóptero. Zezé e Gustavo, pai e filho, estão cada vez mais enredados no caso.
O assunto não é interessante? Um possível presidente da república ser tão próximo de políticos suspeitos de serem grandes traficantes de cocaína não é do interesse da nossa imprensa “livre”, “independente”, “profissional”? Será que mais uma vez, os blogueiros terão que assumir a dianteira dessa investigação, com grande risco pessoal?

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

MANDELA - Num certo dia feliz, em 2008.

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar" 
(Nelson Mandela)

Por tudo que ele fez pelo seu povo e pela igualdade entre as raças, pela paz mundial e pelo grande exemplo de verdadeiro estadista, vamos lembrá-lo para sempre, sorrindo e cercado amigos 
(GOS).

GABRIELA MANZINI
da Folha Online, em Londres
27/06/2008 

No show de homenagem ao 90º aniversário do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, realizado no Hyde Park em londres Amy Winehouse cantou três dos seus hits.

Winehouse era a atracão mais esperada da noite, mas o show reservou outras boas apresentações, como de Queen e Paul Rodgers. Bono e The Edge, do U2, apareceram apenas em vídeo, mas também animaram o público. Na gravação, os dois cantaram uma versão personalizada de "Parabéns a Você" para Mandela. 
Primeiro, Winehouse subiu ao palco para cantar dois de seus hits, "Rehab" e "Valerie".


Diante de uma imensa e animada platéia, Winehouse  cantou e dançou como de costume. Mais tarde, liderou o coro de artistas no encerramento do show com a canção "Free Nelson Mandela".
Em discurso, Mandela agradeceu a festa e afirmou que não pode haver liberdade para todos enquanto houver pobreza e doenças como a Aids. Foram oferecidos, ao todo, 46.664 ingressos. O número é também o título do movimento de Mandela de combate à Aids - toda a renda do show foi revertida para a campanha.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

CONCURSO GLOBELEZA: "VIRAM COMO NÃO SOMOS RACISTAS?"


Em carta, movimento afirma que o concurso Globeleza é uma forma de mascarar a exploração do corpo da mulher negra: “Querem que vejamos a exploração dos nossos corpos como um elogio”

Manifesto: O “caça às mulatas” e a luta feminista


Do sítio do jornal Brasil de Fato, de 04/12/2013

Racismo, exploração, patriarcalismo e “caça as mulatas” são críticas centrais de texto recém divulgado por militantes do Núcleo Negra Zeferina da Marcha Mundial das Mulheres, na Bahia.

No documento, feministas alertam que o corpo das mulheres negras é constantemente hipersexualizado nas TVs, seja nas propagandas, novelas, nos programas de esporte ou auditório. “A mercantilização da nossa sexualidade é naturalizada para que as mulheres sejam cada vez mais exploradas”, dizem.

Dentro desta lógica, elas citam o concurso realizado pela TV Globo, o “Globeleza” como uma forma de, mais uma vez, afirmar a mulher como coisa ou objeto sexual. “O concurso para eleger a nova Globeleza foi um desses momentos em que se afirmou em rede nacional: ‘Viram como não somos racistas? Estamos aqui cultuando esse lindos corpos negros’”, diz a carta.

As feministas também elaboraram um vídeo em que satirizam a música tema do concurso.

Veja a íntegra da carta/manifesto, clicando aqui, e o vídeo aqui.
Postado por 
http://blogdejadson.blogspot.com.br/

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ao som Sukiyaki Kyu Sakamoto nos leva nessa viagem, pelas gentes, cores e costumes do eterno e sempre jovem Japão.

Veja o Vídeo

                                 Koukei Kojima


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

BOMBEIROS se recusam a participar de despejos (só que na Espanha)

BOMBEIROS se recusam a participar de despejos, porque o seu trabalho é resgatar as pessoas. Eles não  se consideram como marionetes de bancos ou os seus agentes no governo.

Bombeiros em Galiza, Catalunha e na região de Madrid rejeitaram qualquer ação que "contribui para as desigualdades e as misérias sofridas pela classe trabalhadora", disse o sindicato CCOO.

Enquanto isso, com uma quantidade grande de despejos e desapropriações acontecendo pelo governo, seja o governo federal com as obras da copa, os governos estaduais ou municipais, sentimos falta dessa consciência social por parte das forças de segurança.

PARABÉNS BOMBEIROS ESPANHÓIS! Que grande exemplo a ser seguido.


Veja mais no link: http://revolting-europe.com/2013/02/20/spanish-firefighters-refuse-to-be-puppets-of-the-banks/

Matéria divulgada no Facebook por  GAPP - Grupo de Apoio ao Protesto Popular.
                                   https://www.facebook.com/GappBrasil

terça-feira, 19 de novembro de 2013

CHILE: COM AJUDA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL, CENTRO-ESQUERDA VENCE ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

Giorgio Jackson e Camila Vallejo, dois dos líderes estudantis das massivas manifestações de rua por educação gratuita, eleitos agora para o Parlamento chileno (Foto: Divulgação/Opera Mundi)
Aliança pró-Bachelet obteve maioria das vagas em disputa na Câmara e no Senado


Por Paola Cornejo e Leandro Osorio, no Opera Mundi, de 18/11/2013
Caso seja eleita presidente em 15 de dezembro, a socialista Michelle Bachaelet terá maioria no Parlamento do Chile. Do contrario, sua adversária, a conservadora Evelyn Matthei enfrentará um cenário político desfavorável. Uma vez confirmada a realização do segundo turno neste domingo (17/11) para a eleição presidencial, o foco de atenção se voltou rapidamente para a contagem de votos que definiu a renovação do Parlamento. Além do destino da chefia de Estado, os chilenos também elegeram 120 deputados e 20 dos 38 senadores. O grande destaque dessa votação foi o desempenho apresentado pelos candidatos saídos do movimento estudantil.

De acordo com os resultados finais divulgados pelo Servel (Serviço Eleitoral do Chile), a Câmara de Deputados será composta de 67 representantes da coligação Nova Maioria (centro-esquerda), que apoia Bachelet, 49 da governista Aliança pelo Chile (direita conservadora), três independentes e um do Partido Progressista (esquerda), de Marco Enríquez-Ominami.

Já para o Senado, a Nova Maioria ficou com 12 das vagas em disputa contra oito da Aliança.


Movimento estudantil

Alguns dos rostos que ficaram famosos pelas grandes mobilizações pela educação gratuita promovidas pelos estudantes em 2011 farão, dois anos depois, parte do novo Parlamento chileno. Na eleição de domingo foram eleitos os ex-dirigentes estudantis Camila Vallejo, Karol Cariola, Giorgio Jackson e Gabriel Boric. O único dos principais líderes do movimento que não conseguiu chegar ao Congresso foi Francisco Figueroa.
Gabriel Boric, outro dos quatro líderes estudantis eleitos agora para o Parlamento; no final de 2011 ele venceu a famosa Camila Vallejo (na foto acima) e assumiu a direção da poderosa Federação dos Estudantes da Universidade do Chile; este blog publicou entrevista com Boric em 06/09/2012, clicar aqui para ler (Foto: Página/12)
Além desses quatro, outros 16 rostos novos obtiveram seus primeiros mandatos, fato inédito desde o retorno da democracia no país. Além da mostra de apoio ao movimento estudantil, esses resultados indicam um desejo de mudança por parte da sociedade chilena.

Outra mostra da força das jornadas estudantis é que os candidatos eleitos citados acima estão entre os dez deputados mais votados no país. Camila Vallejo, candidata do Partido Comunista (pertencente à Nova Maioria), obteve o primeiro lugar com 43% dos votos no distrito de La Florida, região sudeste da capital Santiago. Jackson, que disputou pelo movimento RD (Revolução Democrática), criado por ele mesmo, ficou com 48% no distrito Santiago-centro, sendo um dos três eleitos como independente. A RD não faz parte da grande coligação de centro-esquerda, mas obteve dela apoio indireto, já que nenhum membro da Nova Maioria concorreu em sua zona.
Outro nome emblemático dos movimentos sociais que obteve sucesso foi o do dirigente sindical Iván Fuentes, que saiu eleito como deputado por Aysén. No início de 2012, Fuentes liderou o movimento regional de Aysén, na zona sul do Chile, que se estendeu por um mês e meio e gerou uma forte queda na popularidade do presidente Sebastián Piñera, chegando a níveis inferiores a 30%.

Mulheres e primeiro deputado homossexual

A representação parlamentar feminina também melhorou, com 16 mulheres sendo eleitas deputadas – duas a mais do que em 2009 – nove pró-Bachelet, cinco da direita e duas independentes. No Senado elas foram quatro que, somadas às três cujas vagas não foram renovadas este ano, acumulam sete cadeiras de um total de 38.

Outro fato inédito foi a vitória de Claudio Arriagada, que se tornou o primeiro deputado chileno a se declarar abertamente homossexual. O surpreendente é que ele pertence ao Partido Democrata Cristão, ala mais conservadora da Nova Maioria e que sempre teve postura contrária às visões mais progressistas, se posicionando contra o casamento homossexual, o direito ao aborto, entre outras.


Bipartidarismo

Um caso curioso ilustrou como o sistema eleitoral chileno beneficia, na prática, o bipartidarismo das grandes coligações: Marisela Santibañez, candidata do PRO (Partido Progressista, de Marco Enríquez-Ominami), obteve o primeiro lugar no distrito de Buin, com 27% dos votos. No entanto, os eleitos foram Leonardo Soto (25%), do PS (Partido Socialista), e Jaime Bellolio (22%), da UDI (União Democrática Independente). 

Isso se explica porque ambos pertencem às duas grandes coligações partidárias chilenas e as duas vagas de cada distrito são dadas ao total de votos obtidos pela coligação (máximo de dois por distrito), e não pelo desempenho individual. Assim, eles se beneficiaram dos votos somados pelos respectivos colegas de chapa, que superaram aos da dupla do PRO e deixaram de fora a primeira colocada.

Fonte: (Evidentemente)  http://blogdejadson.blogspot.com.br/ 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Livro aponta as 10 profissões com maior incidência de psicopatas.

Publicado  por Gustavo Magnani  

Será que existe algum psicopata trabalhando neste momento ao seu lado? Um livro lançado nos Estado Unidos tenta jogar luz sobre esse tema e aponta, entre outras coisas, as profissões com maiores índices de psicopatia.
O psicólogo Kevin Dutton, autor do livro “The wisdom of psychopaths: lessons in life from saints, spies and serial killers” (A sabedoria dos psicopatas: lições em vida de santos, espiões e serial killers) afirma que a carreira com mais psicopatas é a de CEO. Advogados e comunicadores sociais completam o pódio. Mas a lista de dez mais tem ainda cirurgiões, policiais até os sacerdotes religiosos.
O livro aponta também a lista das profissões com menos psicopatas. Entre elas estão os agentes de saúde, enfermeiros, terapeutas e artistas em geral.
Veja abaixo as listas:

As profissões com mais psicopatas:


  • CEO
  • Advogado
  • Comunicação Social (profissionais de Rádio e TV)
  • Comerciante
  • Cirurgião
  • Jornalista
  • Policial
  • Sacerdote religioso
  • Chef de Cozinha
  • Burocratas  

  • As profissões com menos psicopatas:

    • Agente de saúde
    • Enfermeiro
    • Terapeuta
    • Artesão
    • Esteticista e Cabeleireiro
    • Assistente social
    • Professor
    • Artista
    • Clínico
    • Contador
    [retirado Administradores]
    Confesso que fiquei surpreso por “professor” estar na lista com menos psicopatas. Não que eu imaginava que estaria na “com mais”, porém… o trabalho é um dos mais estressantes e todas aquelas coisas que já sabemos [mas, ele também tem um teor recompensador e emocional bastante grande]. Aliás, dá pra notar uma tendência nas “com menos” em trabalhos mais “recompensadores de espírito”; muitos dos ali listados mexem diretamente com o emocional/psicológico da pessoa, que, obviamente, influencia no quesito emocional.
    E as profissões “com mais índice de psicopatia”, também conseguimos notar uma tendência. Profissões que exigem, ou muita meticulosidade, ou quase que trabalho integral em ambiente altamente estressante, mas, que, muitas vezes, não possuem a recompensa sentimental devidamente merecida.
    Vale lembrar apenas que índice de psicopatia não é a mesma coisa que ser psicopata.
    Enfim, isso certamente deve ser melhor explanado e com muito mais propriedade no livro. Ao qual, obviamente, tive grande interesse. Tomara que seja traduzido para o Brasil, caso contrário, vale recorrer à famosa Amazon.