quarta-feira, 31 de março de 2010

Zezé Aun-Pintora


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segunda-feira, 22 de março de 2010

500 anos de amor - Pesquisadora explica em livro como as relações amorosas mudaram ao longo dos séculos no Brasil - Da Revista Época

Os pecados também nasciam nos confessionários, entre padres e mocinhas (à esq.). No quadro de Debret, um casamento cristão entre escravos, que era incentivado pelos proprietários

NÃO SÓ HISTORIADORES Mary, que foi docente da USP, quer atingir o leitor comum
A historiadora Mary Del Priore passou dois anos pesquisando a história do amor em suas várias formas - na sexualidade, nos casamentos, nos preconceitos e nas transgressões - desde o Brasil colonial até a liberação sexual dos anos 70. Fuçando em arquivos judiciários, documentos da Santa Inquisição e correspondências entre amantes, a historiadora traçou um panorama da evolução do sentimento, que resultou no livro História do Amor no Brasil. O trabalho exibe curiosidades saborosas, como um costume português e brasileiro ao longo do século XVI: proferir palavras de consagração de hóstia durante o ato sexual. "As mulheres acreditavam que os dizeres sagrados em latim prendiam o homem amado e impediam-no de maltratá-las - o que era muito freqüente no período colonial", explica Mary, em entrevista a ÉPOCA.

ÉPOCA - Por que o amor era "domesticado" no Brasil Colônia?
Mary Del Priore -
Na visão da Igreja, os cônjuges não deviam se unir por amor, mas por dever. O objetivo era procriar e lutar contra a tentação do adultério. Dentro do casamento, não havia espaço para o amor erotizado, e a mulher se entregava ao marido por amor a Deus.

ÉPOCA - Como era vista a infidelidade das mulheres?
Mary -
Se a infidelidade masculina era tolerada e vista como um mal necessário, a feminina não. Mas, apesar de pagar caro, elas não deixavam de trair. Homens que matavam mulheres adúlteras eram desculpados. No livro, há uma carta de um marido "corneado". Como castigo, ele prende a mulher num convento.

ÉPOCA - A palavra "corno" era utilizada no português arcaico?
Mary -
A associação do chifre com a traição é antiga. Era comum no período colonial colocar na porta da casa de um homem traído cornos de um boi, como maneira de acusá-lo perante a cidade. Nada era pior que a fama de corno.

ÉPOCA - No livro, há descrições de pomposas festas de casamento. Esse costume tinha uma função diferente da atual?
Mary
- Não houve muita mudança do século XIX para cá. A festa servia, tanto ontem como hoje, para a elite se afirmar e mostrar seu poder econômico. Quanto mais se gasta no casamento, mais se mostra que a família é poderosa.

Arq. Ed. Globo

SÉCULO XX Em Selva de Pedra, novela de 1972, insinuações de sexo antes do casamento. Na revista Querida, nos anos 50, dicas à boa esposa
ÉPOCA - Quando o amor espiritual e o carnal começam a se fundir?
Mary -
No século XIX, o amor romântico fez com que as pessoas quisessem estar apaixonadas. Aumenta o número de meninas que se deixam raptar, pois não querem se casar por interesse. Há um número maior de casamentos mestiços, entre homens negros e mulheres brancas. Essas mudanças começaram a mostrar que as pessoas são capazes de escolher, mas o amor e o sexo ainda não andavam juntos. O sexo não era critério de escolha nos casamentos, o que vai se transformar apenas nos anos 70.

ÉPOCA - Por que a senhora diz que o século XIX foi hipócrita em relação ao amor?
Mary -
No casamento, homens e mulheres faziam sexo de camisolão, que às vezes tinha um furo na frente. Elas viviam cobertas com espartilhos e anquinhas. Ao mesmo tempo, havia um erotismo perverso como reação à repressão. A prostituição em si existe desde sempre, mas, no século XIX, surgiu o bordel, com piano e espelho, que tentava imitar a casa do cidadão. Enquanto isso, a mulher casada não podia se olhar no espelho, e tomava banho vestida, com um paninho na mão, para não ter contato com o corpo.

ÉPOCA - A masturbação era condenada no século XIX?
Mary -
Sim, acreditava-se que fazia mal à saúde. Era inconcebível que uma mulher pudesse ter prazer sem o homem. Também era proibido dormir de bruços, para não ter desejos à noite.

ÉPOCA - Os ideais de beleza eram muito diferentes dos atuais?
Mary -
A mulher precisava ser uma criatura totalmente diferente do homem. Cultuava-se a mulher frágil, com cabelos longos, e o homem forte, de bigode e barba. Hoje é o oposto: os sexos tendem a se aproximar. Todos querem ser magros e malhados.

ÉPOCA - Os homens ainda fazem distinção entre as mulheres que são para casar e as mais atiradas?
Mary -
Não existe uma liberdade absoluta. O jovem de hoje é criado por pais que foram jovens nos anos 70, e que por sua vez estavam vinculados a uma certa tradição. Mas não podemos pensar que nosso passado foram apenas trevas. Se antes havia a proibição do prazer, hoje vivemos na obrigação do prazer. O jovem tem de lembrar de algumas coisas positivas do tempo de seus avós, como a valorização da família, a delicadeza, o respeito. ( Foto: Leonardo Aversa - Ag. Globo)

TÍTULO
História do Amor no Brasil
AUTOR
Mary Del Priore
EDITORA
Contexto
PREÇO
R$ 49,90
PÁGINAS
366

terça-feira, 9 de março de 2010

Artes Plásticas - Renato Falci


Renato Falci - Projetista de Arquitetura. Autor, diretor de teatro, ator e artista plástico pela Guignard. São tantos os seus talentos e pródiga sua trajetória e ele nem pensa em descansar.

O que nos chama atenção em sua arte (com as tintas) é a visão transcendental com a qual retrata, com sensibilidade oracular, esse universo paralelo cada dia mais revelado de seres etéreos muito presentes no inconsciente de nosso povo. (GOS)

Palavra de Artista

A minha sensibilidade pela arte
me envolve em camadas espessas

de cores, músicas, danças e palavras
que desfilam em minha mente.
Tenho vontade de abraçar todas as
formas da arte, porém, impossível

para um só vivente.
Gostaria de ter arquivos em meu
cérebro para
que eu possa captar

tudo o que penso e transportá-los
em forma de arte e mostrar
ao mundo o meu verdadeiro
pensamento.

Mas na verdade temos os nossos limites. A arte é a raiz profunda, é a coluna principal que
sustenta a nossa cultura. A nossa história.

A fuga para o meu mundo permanece implícita no meu âmago, e o meu caminho é desenhar o inédito, criar formas, cores e buscar no irreparável o brilho, o belo! ( Renato Falci )

Contatos:

Renato de Souza Falci - Tel. ((31)-88076195. http://www.renatofalci1948.spaces.live.come/

E-mail renatofalci@ig.com.br; renatofalci48@oi.com.br