terça-feira, 19 de março de 2013

Sobre trote racista no UFMG

OS FILHOS DA ZONA SUL DE BELO HORIZONTE MOSTRANDO A SUAS CARAS, SOB OLHAR COMPLACENTE DAS AUTORIDADES.

Sobre a caloura Xica da Silva, nota sobre o trote na UFMG

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Algumas manifestações do racismo costumam ser consideradas sem importância, ainda mais num país onde muita gente considera o próprio racismo como algo de menor importância. Alguns diriam que ninguém morre por não estar na capa da revista, nos espaços acadêmicos, nos desfiles de moda, na política. Ninguém morre por causa de mais uma piadinha, de mais uma blackface na televisão ou no teatro.  Certo?
Antes de tudo, preciso explicar que a blackface é tudo menos uma piada inocente que acontece nos sábados à noite na televisão e no teatro (Tiago Abravanel se pinta de negro para interpretar Tim Mais). É um instrumento racista clássico que se iniciou no teatro estadunidense quando atores brancos pintavam seus rostos de preto para criar retratos estereotipados de pessoas negras, contribuindo para a disseminação e decantação do racismo.
O assunto desse post é exatamente esse – uma imagem mostrando uma blackface e outra com menção ao nazismo. Já temos a notícia de que não são montagem. Mesmo que sejam fruto de uma brincadeira entre amigos, decidimos escrever sobre seu conteúdo racista, sexista e totalitário.  Ainda mais quando pensamos que as personagens retratadas são provavelmente alunos da faculdade de direito da UFMG.
I. DONA ADELAIDE, A VERGONHA
A prática da blackface vem aumentando entre nós. E de tanto ser reeditada, tem sido encarada como algo socialmente aceito na televisão e no teatro. Já aconteceu de uma pessoa, com óculos e peruca afro, me dizer toda sorridente que se lembrou de mim. Como se fosse uma homenagem, sem perceber que a principal característica da blackface é justamente contribuir com a desumanização da pessoa negra e naturalizar o racismo.
A principal consequência do que muita gente considera piada é o cultivo potencialmente letal do racismo. É assim que se aumenta a viscosidade do preconceito que passa a se infiltrar nas menores brechas. Exemplo discreto desse fenômeno é a recente campanha do Sebrae sobre empreendedorismo promovido por mulheres. É a única personagem negra, tão empreendedora quanto as outras, que fala errado.
Aqui no Brasil, o maior embaixador da blackface é Rodrigo Sant’Anna com sua asquerosa Dona Adelaide, uma das manifestações mais agressivas que já pude presenciar na televisão. Nem mesmo Monteiro Lobato construiu personagem tão racista. Tudo nessa mãe preta é hipérbole – a falta dos dentes, o cabelo bagunçado, o nariz desproporcional, o modo errado de falar, as roupas coloridas.
II. TROTE XICA DA SILVA
Trote racista no UGMG
Trote racista no UGMG
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Uma vida de preconceitos e nada do que já vivi me preparou para o dia de hoje. No facebook vem sendo reproduzida uma imagem supostamente feita num trote na faculdade de Direito da UFMG. Numa delas, uma mulher branca pintada, sobre o seu corpo um pedaço de papelão com os dizeres – “caloura xica da silva”. Encontra-se a correntada e presa por um homem branco, provavelmente heterossexual de classe-média.
É como se o trote fosse uma espécie de caçada, em que cada veterano precisa acorrentar seu tipo de mulher preferida. E como sabemos que negras ainda são produto escasso nas fileiras universitárias, restou a esse estudante fingir que conseguiu um pedaço da carne mais barata do mercado. E assim se perpetua séculos de racismo e sexismo com que somos tratadas, escravas sexuais, objeto de fetiche, desumanizadas.
Mesmo que essa imagem seja uma brincadeira, em nada é diminuído sua gravidade.  A menção à Xica da Silva significa que nós, mulheres negras, não devemos ultrapassar certos limites e ocupar certos lugares. Passados alguns séculos, aiinda é inconcebível que uma mulher negra seja livre como foi Xica. Eu e todas as blogueiras que escreveram e escreverão aqui, deveríamos estar acorrentadas. Esse lugar não nos pertence.
Justamente por isso que decidimos não nos calar, colorir mais ainda a internet.
III. AMANHÃ
Essa não é a única imagem desse trote. Em outra foto a vítima é um homem pintado de vermelho e acorrentado. Sobre ele outro pedaço de papelão com dizeres que se encontram encobertos. Porém, como o ponto de interesse são alguns homens brancos fazendo a saudação nazista (um deles imitando com um pouco de tinta um tipo de bigode em especial) a gente até imagina qual é a mensagem apesar de não sabermos qual foi o grau de constrangimento envolvido.
A gravidade dessas imagens é ainda maior quando sabemos que esses jovens provavelmente são estudantes da faculdade de direito da UFMG. Não é o tipo de comportamento esperado, nem fora, nem dentro da universidade. Não importa se foi uma brincadeira, como certamente dirão no futuro. Fica o alerta de que  todas que não somos homens, heterossexuais, brancos e de classe-média somos alvos em potencial.
Amanhã pode ser com você.
A boa notícia é que aconteceu uma reunião do CAAP (Centro Acadêmico Afonso Pena) para ouvir os envolvidos. Espera-se que as primeiras providências sejam tomadas. A reitoria da faculdade pretende se posicionar sobre o caso. Fica o pedido para que a punição seja exemplar, o que não aconteceu quando da denúncia de trotes envolvendo a homofobia.

Esse post foi escrito com a valiosa e generosa ajuda de Larissa Santiago e de Cynthia Semírames
Fonte: http://mariadapenhaneles.blogspot.com.br/2013/03/nota-sobre-trote-racista-no-ugmg.html

quinta-feira, 7 de março de 2013

DCE da UFMG de Minas pela SAÚDE PÙBLICA com os Pés no Chão


Companheiras e Companheiros, 

 Segue mais abaixo o manifesto da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, que apresenta os argumentos e justificativas que fazem os seus integrantes serem contrários que a gestão dos Hospitais Universitários (HUs) do Brasil passem a ser geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). 

 Se você é integrante de alguma instituição, projeto acadêmico, partido político, movimento social, agrupamento político, movimento popular, sindicato, Organização Não-Governamental (ONG) ou qualquer outro tipo de entidade/organização, e concorda com o texto, por favor, pedimos que você comunique o manifesto aos seus companheiros, e solicite a assinatura da entidade/organização ao manifesto! 

 Envie as assinaturas no endereço eletrônico 

(e-mail) frente.nacional.saude@gmail.com ou pelasaude@gmail.com 

 Segue abaixo o manifesto. Se você quiser baixá-lo em documento

FRENTE NACIONAL CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE - 


 MANIFESTO EM DEFESA DOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS COMO INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICA-ESTATAL, VINCULADAS ÀS UNIVERSIDADES, SOB A ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO: CONTRA A IMPLANTAÇÃO DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS (HUs) DO BRASIL 

 A Frente Nacional contra a Privatização da Saúde aqui vem manifestar a sua posição contrária à implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) nos Hospitais Universitários e em qualquer outro Hospital-escola do país, porque considera a sua implantação uma afronta: 
 1) ao caráter público dos HUs e à sua característica nata de instituição de ensino vinculada à Universidade;
 2) um desrespeito à autonomia universitária garantida no artigo 207 da Constituição de 1988; 
3) um risco à independência das pesquisas realizadas no âmbito dos HUs; 
4) uma forma de flexibilizar os vínculos de trabalho e acabar com concurso público; 
5) além de prejudicar a população usuária dos serviços assistenciais prestados pelos Hospitais-escola e de colocar em risco de dilapidação os bens públicos da União ao transferi-los a uma Empresa. Impedir a implantação da EBSERH (Lei nº 12.550/2011) nos hospitais-escola federais significa evitar a privatização do maior sistema hospitalar público brasileiro, composto por 45 unidades hospitalares. 

A implantação desta Empresa representa uma séria ameaça para o Sistema Único de Saúde, consolidando o projeto privatista em curso. 

 A principal justificativa para criação da Empresa apresentada pelo Governo Federal seria a necessidade de “regularizar” a situação dos funcionários terceirizados dos HUs em todo o país (26 mil trabalhadores no total). Entretanto, a proposta apresentada intensifica a lógica de precarização do trabalho no serviço público e na saúde, pois, ao permitir contratar funcionários através da CLT por tempo determinado (contrato temporário de emprego), acaba com a estabilidade e implementa a lógica da rotatividade, típica do setor privado, comprometendo a continuidade e qualidade do atendimento em saúde. A gestão hospitalar pela EBSERH significa o oposto do que têm defendido e reivindicado os trabalhadores da saúde: no lugar do Concurso e Carreira Públicos teríamos o agravamento da precarização do trabalho. É inconstitucional e um ataque aos direitos trabalhistas duramente conquistados, pois desobedece a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.135/2007, que restabelece o Regime Jurídico Único (RJU) previsto no artigo 39 da Constituição Federal para contratação de pessoal na administração direta, autarquias e fundações mantidas com recursos do orçamento público que integram a administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 

VEJA texto completo no link  

http://www.contraprivatizacao.com.br/2012/03/manifesto-contra-ebserh-leia-informe-se.html

www.contraprivatizacao.com.br

segunda-feira, 4 de março de 2013

O QUE O JUDICIÁRIO SIGNIFICA PARA NÓS BRASILEIROS? - Palestras esclarecedoras com Eliana Calmon.

  
A sociedade atual necessita de um juiz com novo perfil, o que representa quebrar uma cultura de mais de 200 anos. Cabe ao juiz de hoje não só resolver conflitos que chegam nos processos, mas também fiscalizar e cobrar a realização das politicas públicas. O magistrado passou a ter a necessidade de informações diferenciadas sobre a sociedade. Não queremos burocratas, mas sim um juiz presente na sociedade, de maneira participante” destacou a ministra. 
Coragem para denunciar os bandidos de toga.


O Entrevista Record Atualidade de hoje conversa com a ministra Eliana Calmon, corregedora Nacional de Justiça que denunciou aqueles que ela chamou de "bandidos de toga". Em setembro agora, dois anos depois de enfrentar a caixa preta da Justiça, ela volta a ser ministra do Superior Tribunal de Justiça.  Publicado em 31/07/2012 .

Uma aula de ética para formadores de opinião.

sábado, 2 de março de 2013

Elza Soares & Sandália de Prata - Hoje é dia de festa [LIVE COMITÊ CLUB]

Dia dois de Fevereiro já foi, mas todo dia é Dia. Fica esse suingue da diva..