sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

IMPRENSA NO BRASIL: A falta que faz um jornal diário como o Página 12

A capa do jornal argentino, edição impressa desta sexta, dia 28
Pense um pouco, por exemplo, como é o noticiário no Brasil sobre os embates da política na Venezuela. Nossos meios de comunicação dos monopólios hegemônicos só divulgam um lado.

De Aracaju (Sergipe) – Uma pequena mostra da falta que faz uma publicação diária comprometida com a verdade factual e orientada editorialmente para fortalecer o movimento democrático e popular. Como o Página/12 da Argentina, cujas matérias – via online – uso sempre neste meu blog, como estão carecas de saber meus caros leitores.

Mesmo havendo atualmente uma situação bem menos escandalosa, devido à influência cada vez maior dos blogs chamados progressistas – e a batalha que se trava diariamente através da Internet -, creio que um meio de comunicação impresso, bem estruturado e com recursos adequados, diário, ainda teria um papel importante a cumprir na luta dos brasileiros por uma comunicação confiável.

Acredito que redutos do pensamento único – alinhado incondicionalmente com o ideário do “mercado”, do grande empresariado, do capital financeiro, das transnacionais, do império estadunidense – ainda fazem um estrago considerável nos corações e mentes da gente brasileira, através de diários como Folha de S.Paulo, Estadão e O Globo. Mesmo porque eles se repercutem com veículos da mídia hegemônica como a Rede Globo, a revista Veja e etc, etc.  

Pense um pouco, por exemplo, como é o noticiário no Brasil sobre os embates da política na Venezuela. Nossos meios de comunicação dos monopólios hegemônicos só divulgam um lado, as versões construídas pela direita, é um verdadeiro massacre de mentiras e manipulações. 

Compare com a cobertura da edição impressa de hoje (sexta, dia 28) do Página/12, que deu manchete de capa ao assunto – “Apoio total e absoluto” -, falando da visita do chanceler venezuelano Elías Jaua. Traduzo a chamada da primeira página:

“O governo argentino aproveitou a visita do chanceler venezuelano, que se reuniu com (a presidenta) Cristina Kirchner, para respaldar as instituições democráticas desse país. ‘Se deve respeitar as instituições e a vontade popular, que se expressou há oito meses em eleições livres’, afirmou (Héctor) Timerman”. 

(Deixo aqui olink para a matéria interna, em espanhol: “Vamos pedir respeito à democracia”).

Há outra matéria na mesma edição, intitulada “Uma convocação à Unasul”. Traduzo o primeiro parágrafo: 

“O chanceler venezuelano, Elías Jaua, esteve em Buenos Aires poucas horas, como parte dum giro pelos países da região. Com uma fisionomia séria, Jaua concedeu entrevista na Casa Rosada junto ao seu colega, Héctor Timerman, após se reunir com a presidenta Cristina Fernández, e agradeceu o apoio do governo argentino. ‘Encontramos na Argentina uma firme posição em defesa dos valores fundamentais da democracia e do direito a viver em paz que temos os venezuelanos’. No escasso tempo em que respondeu perguntas, Jaua disse que ia convocar uma reunião da União das Nações Sul-americanas (Unasul) para tratar da crise enfrentada por seu país. Assinalou que o governo de Nicolás Maduro espera que a oposição se sente para conversar. ‘O diálogo está aberto. Alguns não foram à Conferência Nacional pela Paz (de quarta-feira) por medo do linchamento midiático’”. 

(Como já foi divulgado, o principal líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, governador do estado de Miranda e candidato derrotado duas vezes a presidente da República, recusou-se a participar da referida conferência, convocada por Maduro, dizendo se tratar de uma “simulação”, uma artimanha para livrar a cara do governo).

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Prefeitura de Contagem censura marchinhas de Carnaval.

Concurso promovido pelo Executivo veta manifestações sobre órgãos e entidades públicas.


PUBLICADO EM 11/02/14 - 04h00

Músicas com críticas político-sociais vão ficar de fora do concurso de marchinhas promovido pela Fundação de Cultura de Contagem (Fundac), na região metropolitana, para resgatar o pré-Carnaval da cidade. O texto do 1° Edital Carnavalesco, evento que prevê ajuda de custo de R$ 1.000 para dez blocos da cidade que se inscreverem até a próxima sexta-feira, prevê que a temática da competição “será livre, porém está proibida qualquer tipo de manifestação de desapreço a órgão ou entidade da Administração Pública Direta e Indireta, a grupo social, organizações, pessoas físicas e instituições privadas”.

Membro do Maria Baderna, bloco que sai às ruas independentemente do apoio do poder público, Marcelo Dias Costa não vê sentido na restrição e ressalta que “a marchinha tem na sua origem a crítica e a sátira, que incluem humor e irreverência”. Segundo ele, os participantes não concordaram com a forma usada para estabelecer a valorização da festa.
“Não concordamos com a política de falso resgate da fundação de cultura. Eles tomaram as decisões de cima para baixo, sem diálogo com a população”, afirmou Costa. O bloco já conta com cerca de 50 participantes.
Outro grupo que não pretende se inscrever é o Butequeiros”. Membro do bloco, Rafael Mendes avalia que a forma como a prefeitura fez o texto deixou o Carnaval muito institucionalizado. “Somos um grupo de amigos que há três anos sai para as ruas de Contagem para brincar. Não queremos institucionalizar esta festa”, contou.
Questionada pela reportagem, a Fundac informou que todos os itens do edital do concurso foram estabelecidos em conjunto com os representantes dos blocos e da Fundac, e com demais pessoas ligadas ao Carnaval. “A proposta não é um concurso, é um incentivo da prefeitura para resgatar esta tradição”, argumentou a presidente Renata Lima.
Para o sociólogo João Batista, professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais, a proibição fere a liberdade de expressão. “Até porque é a oportunidade de a sociedade fazer críticas, muitas vezes trabalhando com o humor. Como o Carnaval é uma manifestação cultural popular, as pessoas devem se manifestar de forma livre, sempre respeitando o direito do outro, claro.”
Cadastrados na prefeitura, os blocos Gato da Madrugada – fundado por alunos da Escola Estadual Maria Coutinho e da Fundação de Ensino de Contagem – e Funekeiros se juntaram e organizaram o Se Eu Fosse Você. João Paulo Nascimento, um dos fundadores do Gato da Madrugada, espera até 600 pessoas no desfile. “Para propagar a diversidade sexual, estamos convidando os homens a se vestirem de mulher e as mulheres, de homem”, contou.
Serviço. Os grupos desfilam no próximo sábado, em evento denominado Meu Bloco na Rua. Os locais de concentração são definidos por cada bloco, mas o destino é o mesmo – a praça da Glória, no bairro Eldorado, a partir das 18h. O show de encerramento, com a banda Pura Harmonia, e a premiação do concurso vão ocorrer no mesmo local. O primeiro lugar vai receber R$ 3.000. Segundo e terceiro colocados também serão premiados, com R$ 2.000 e R$ 1.000, respectivamente.
Ensaios em BH
Até o próximo dia 1°, blocos de rua que vão desfilar no Carnaval deste ano em Belo Horizonte poderão ensaiar no espaço localizado na avenida Cristiano Machado, 3.450, no bairro União, na região Nordeste de Belo Horizonte, conforme informou ontem a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). Interessados

em utilizar o espaço devem fazer o agendamento pelo e-mail eventos.belotur@pbh.gov.br, com cópia para diretoria.belotur@pbh.gov.br, com o assunto “Ensaio Blocos de Rua”. Após receber a confirmação da Belotur, o responsável pelo bloco deve ir à sede do órgão para assinar um termo de compromisso. Os ensaios podem acontecer às quintas-feiras e sextas-feiras, das 18h às 22h, e aos sábados e domingos, das 14h às 18h.
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COMENTÁRIOS 

Tobias<br />Santos<br />Teixeira
Tobias
Santos
Teixeira
Você deixou subentendido em sua mensagem, Claudio, que falta bom senso. Realmente, eu estive na tal reunião, e reintero que falta qualquer senso.
Responder -  - 0 - 11:54 PM Feb 16, 2014
Christiane<br />Castro
Christiane
Castro
Achei ainda um absurdo copiarem a música "Quero botar meu bloco na rua" do Sérgio Sampaio para darem nome à essa bestialidade. "Quando Sérgio Sampaio ecoava em alto e bom som que queria “botar o bloco na rua”, ele na verdade estava querendo se impor. Na época, o exército levava tropas para as ruas, como meio de demonstrar a força para os cidadãos. Sérgio também queria colocar a sua tropa (bloco), com uma grande diferença de objetivos. O bloco de Sérgio Sampaio queria “um quilo mais daquilo” e “um grilo menos disso” e chama todo mundo para esse carnaval. O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso, o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua. A primeira parte da letra remete ao sentimento que os militares tinham por qualquer cidadão. Que todos sentiam medo quando tinham as disputas nas ruas e que todos iriam se calar diante da brutalidade. A segunda parte é o hino de Sérgio Sampaio, a real vontade do brasileiro da época, que era ir para a rua e dizer tudo o que estava engasgado na garganta". fonte: http://musicasbrasileiras.wordpress.com/2013/04/07/eu-quero-e-botar-meu-bloco-na-rua-sergio-sampaio/
Responder -  - 0 - 3:41 PM Feb 14, 2014



Jornal O TEMPO Online
Blog http://doidominas.blogspot.com.br

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Randolfe: lei antiterrorismo é para impedir que manifestações ocorram.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) voltou a criticar a proposta que tipifica o crime de terrorismo que tramita no Senado, que em seu entendimento criminaliza as manifestações. De acordo com o senador, não há necessidade de uma nova legislação para tratar os casos de violência nos protestos populares, basta que a polícia esteja preparada para enfrentar as situações.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dilma recebe o MST ganha presentes faz promessas...e esbanja simpatia, mas...

“O governo Dilma não fez nada em termos de reforma agrária 

Em entrevista a CartaCapital, o dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Gilmar Mauro fala sobre os trinta anos do movimento, que começa o seu VI Congresso
por Piero Locatelli — publicado 10/02/2014 05:48, última modificação 10/02/2014 16:52

Em entrevista a CartaCapital, o dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Gilmar Mauro fala sobre os trinta anos do movimento, que começa nesta segunda o seu VI Congresso.


http://www.cartacapital.com.br/

MST MARCHA E É REPRIMIDO EM BRASÍLIA: DILMA, CADÊ A REFORMA AGRÁRIA? (vídeo)


Por Alan Tygel e Márcio Zonta 
Da Página do MST, de 12/02/2014

Fotos: Oliver Kornblihtt e Leonardo Melgarejo

A esplanada dos ministérios foi tomada de vermelho na tarde de hoje. Os cerca de 16 mil camponeses que participam do VI Congresso do MST marcharam os 9 km de ida e volta que separam o ginásio Nílson Nelson e a praça dos três poderes. 

A manifestação pacífica teve como objetivo principal denunciar a paralisia da Reforma Agrária. “A Reforma Agrária no Brasil é uma vergonha. No último ano, foram assentadas sete mil famílias, sendo que só o MST possui 90 mil famílias debaixo da lona preta. No total, são 150 mil famílias acampadas no Brasil, muitas delas há mais de 10 anos.

Estamos aqui para denunciar que não estamos satisfeitos, e pedimos Reforma Agrária Popular já. Enquanto Dilma não atende os Sem Terra, dá dinheiro de mão beijada para o agronegócio e a Fifa. ”, afirmou Kelli Marfort, do setor de Gênero do MST. 

O primeiro alvo da passeata foi a embaixada norte-americana. Integrantes do MST colaram cartazes nos muros da embaixada pedindo liberdade aos cubanos presos nos EUA e dando apoio a todos os que lutam contra o império.

Para ler mais na Página do MST: 
fonte: http://blogdejadson.blogspot.com.br/

JUVENTUDE DO MST DEFINE LUTAS PARA O PRÓXIMO PERÍODO


Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST, de 11/02/2014

Fotos: Oliver Kornblihtt
O desafio de serem filhos e filhas do maior movimento organizado da América Latina. O orgulho e a responsabilidade de serem herdeiros de 30 anos de luta e resistência.


A vontade de seguir os passos destes pés calejados que romperam cercas e conquistaram chão. E ainda, avançar na produção e na auto organização nas áreas de acampamentos e assentamentos do MST.
A III Assembleia Nacional da Juventude do MST, realizada nesta segunda-feira (10/02) durante o VI Congresso do MST, em Brasília, começou com poesia, música, teatro e todo o vigor característico dos jovens de luta. 
O tom político veio em seguida, com os temas citados acima e as falas de movimentos parceiros. Hellen Lima, do Levante Popular da Juventude, reafirmou a necessidade de ter força, ânimo e disciplina no próximo período. 


“A juventude mostrou que não esta satisfeita com esse modelo que o capital está nos impondo, um modelo de morte. Precisamos avançar nas reformas estruturais e avançar no nosso projeto de vida. É preciso agarrar o presente e segurar a nossa história para colocar a transformação que a gente quer na ordem do dia.”


Outros movimentos manifestaram o sentimento de unidade, como posiciona Alfredo, Secretário Nacional da Juventude da CUT. “Para nós da CUT é muito claro que não há uma divisão entre o movimento rural e o urbano.


Nós, juntos, compomos a classe trabalhadora e juntos, enquanto classe, vamos alcançar a transformação verdadeira.” Também estiveram presentes, Cleitinho, da Pastoral da Juventude Rural e Virgínia Barros, Presidente da União Nacional dos Estudantes. 


Em seguida foram levantadas questões para reflexão coletiva. “O que a nossa geração, a nossa juventude, o que nós estamos dispostos a construir? E a juventude Sem Terra vai ser um sujeito político de luta ou vai ser mais uma página virada da história?”, indagou Thaile Lopes, coordenadora da Plenária. 
Miguel Stédile, da coordenação nacional do MST, reiterou as perguntas. “Companheiros, eu tive o privilégio de estar aqui na marcha de 1997, quando o MST chegou à capital com 100 mil pessoas, em marcha, com tamanha organicidade que o exército afirmou que não seria capaz de fazer igual, movendo uma cidade por dia. A direção nacional não está aqui para dizer a vocês o que fazer. A direção nacional está aqui para ouvir de vocês o que irão construir.”

Como resposta foi apresentado o Manifesto da Juventude Sem Terra na luta pela Reforma Agrária Popular, no qual estão contidos os compromissos de lutar com intransigência contra os inimigos da classe, seguir fazendo luta de massa e organizando coletivamente o MST e construir unidade política na esquerda.


A assembleia encerrou com um juramento coletivo, no qual todos os jovens afirmaram: “Nos comprometemos a não recuar nem um centímetro da decisão de lutar!”.

fonte: http://blogdejadson.blogspot.com.br/

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Porque os jovens profissionais da geração Y estão infelizes. Por igor_johansen




Ana é parte da Geração Y, a geração de jovens nascidos entre o fim da década de 1970 e a metade da década de 1990. Ela também faz parte da cultura Yuppie, que representa uma grande parte da geração Y.
“Yuppie” é uma derivação da sigla “YUP”, expressão inglesa que significa “Young Urban Professional”, ou seja, Jovem Profissional Urbano. É usado para referir-se a jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe média e a classe alta. Os yuppies em geral possuem formação universitária, trabalham em suas profissões de formação e seguem as últimas tendências da moda. - Wikipedia
Eu dou um nome para yuppies da geração Y — costumo chamá-los de “Yuppies Especiais e Protagonistas da Geração Y”, ou “GYPSY” (Gen Y Protagonists & Special Yuppies). Um GYPSY é um tipo especial de yuppie, um tipo que se acha o personagem principal de uma história muito importante.
Então Ana está lá, curtindo sua vida de GYPSY, e ela gosta muito de ser a Ana. Só tem uma pequena coisinha atrapalhando:
Ana está meio infeliz.
Para entender a fundo o porquê de tal infelicidade, antes precisamos definir o que faz uma pessoa feliz, ou infeliz. É uma formula simples:
É muito simples — quando a realidade da vida de alguém está melhor do que essa pessoa estava esperando, ela está feliz. Quando a realidade acaba sendo pior do que as expectativas, essa pessoa está infeliz.
Para contextualizar melhor, vamos falar um pouco dos pais da Ana:
Os pais da Ana nasceram na década de 1950 — eles são “Baby Boomers“. Foram criados pelos avós da Ana, nascidos entre 1901 e 1924, e definitivamente não são GYPSYs.
Na época dos avós da Ana, eles eram obcecados com estabilidade econômica e criaram os pais dela para construir carreiras seguras e estáveis. Eles queriam que a grama dos pais dela crescesse mais verde e bonita do que eles as deles próprios. Algo assim:
Eles foram ensinados que nada podia os impedir de conseguir um gramado verde e exuberante em suas carreiras, mas que eles teriam que dedicar anos de trabalho duro para fazer isso acontecer.
Depois da fase de hippies insofríveis, os pais da Ana embarcaram em suas carreiras. Então nos anos 1970, 1980 e 1990, o mundo entrou numa era sem precedentes de prosperidade econômica. Os pais da Ana se saíram melhores do que esperavam, isso os deixou satisfeitos e otimistas.
Tendo uma vida mais suave e positiva do que seus próprios pais, os pais da Ana a criaram com um senso de otimismo e possibilidades infinitas. E eles não estavam sozinhos. Baby Boomers em todo o país e no mundo inteiro ensinaram seus filhos da geração Y que eles poderiam ser o que quisessem ser, induzindo assim a uma identidade de protagonista especial lá em seus sub-conscientes.
Isso deixou os GYPSYs se sentindo tremendamente esperançosos em relação à suas carreiras, ao ponto de aquele gramado verde de estabilidade e prosperidade, tão sonhado por seus pais, não ser mais suficiente. O gramado digno de um GYPSY também devia ter flores.
Isso nos leva ao primeiro fato sobre GYPSYs:
GYPSYs são ferozmente ambiciosos
President1
O GYPSY precisa de muito mais de sua carreira do que somente um gramado verde de prosperidade e estabilidade. O fato é, só um gramado verde não é lá tão único e extraordinário para um GYPSY. Enquanto seus pais queriam viver o sonho da prosperidade, os GYPSYs agora querem viver seu próprio sonho.
Cal Newport aponta que “seguir seu sonho” é uma frase que só apareceu nos últimos 20 anos, de acordo com o Ngram Viewer, uma ferramenta do Google que mostra quanto uma determinada frase aparece em textos impressos num certo período de tempo. Essa mesma ferramenta mostra que a frase “carreira estável” saiu de moda, e  também que a frase “realização profissional” está muito popular.
Para resumir, GYPSYs também querem prosperidade econômica assim como seus pais – eles só querem também se sentir realizados em suas carreiras, uma coisa que seus pais não pensavam muito.
Mas outra coisa está acontecendo. Enquanto os objetivos de carreira da geração Y se tornaram muito mais específicos e ambiciosos, uma segunda ideia foi ensinada à Ana durante toda sua infância:
Este é provavelmente uma boa hora para falar do nosso segundo fato sobre os GYPSYs:
GYPSYs vivem uma ilusão
Na cabeça de Ana passa o seguinte pensamento: “mas é claro… todo mundo vai ter uma boa carreira, mas como eu sou prodigiosamente magnífica, de um jeito fora do comum, minha vida profissional vai se destacar na multidão”. Então se uma geração inteira tem como objetivo um gramado verde e com flores, cada indivíduo GYPSY acaba pensando que está predestinado a ter algo ainda melhor:
Um unicórnio reluzente pairando sobre um gramado florido.
Mas por que isso é uma ilusão? Por que isso é o que cada GYPSY pensa, o que põe em xeque a definição de especial:
es-pe-ci-al | adjetivo
melhor, maior, ou de algum modo
diferente do que é comum
De acordo com esta definição, a maioria das pessoas não são especiais, ou então “especial” não significaria nada.
Mesmo depois disso, os GYPSYs lendo isto estão pensando, “bom argumento… mas eu realmente sou um desses poucos especiais” – e aí está o problema.
Uma outra ilusão é montada pelos GYPSYs quando eles adentram o mercado de trabalho. Enquanto os pais da Ana acreditavam que muitos anos de trabalho duro eventualmente os renderiam uma grande carreira, Ana acredita que uma grande carreira é um destino óbvio e natural para alguém tão excepcional como ela, e para ela é só questão de tempo e escolher qual caminho seguir. Suas expectativas pré-trabalho são mais ou menos assim:
Infelizmente, o mundo não é um lugar tão fácil assim, e curiosamente carreiras tendem a ser muito difíceis. Grandes carreiras consomem anos de sangue, suor e lágrimas para se construir – mesmo aquelas sem flores e unicórnios – e mesmo as pessoas mais bem sucedidas raramente vão estar fazendo algo grande e importante nos seus vinte e poucos anos.
Mas os GYPSYs não vão apenas aceitar isso tão facilmente.
Paul Harvey, um professor da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, e expert em GYPSYs, fez uma pesquisa onde conclui que a geração Y tem “expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas” e “uma visão inflada sobre si mesmo”. Ele diz que “uma grande fonte de frustrações de pessoas com forte senso de grandeza são as expectativas não alcançadas. Elas geralmente se sentem merecedoras de respeito e recompensa que não estão de acordo com seus níveis de habilidade e esforço, e talvez não obtenham o nível de respeito e recompensa que estão esperando”.
Para aqueles contratando membros da geração Y, Harvey sugere fazer a seguinte pergunta durante uma entrevista de emprego: “Você geralmente se sente superior aos seus colegas de trabalho/faculdade, e se sim, por quê?”. Ele diz que “se o candidato responde sim para a primeira parte mas se enrola com o porquê, talvez haja um senso inflado de grandeza. Isso é por que a percepção da grandeza é geralmente baseada num senso infundado de superioridade e merecimento. Eles são levados a acreditar, talvez por causa dos constantes e ávidos exercícios de construção de auto-estima durante a infância, que eles são de alguma maneira especiais, mas na maioria das vezes faltam justificativas reais para essa convicção”.
E como o mundo real considera o merecimento um fator importante, depois de alguns anos de formada, Ana se econtra aqui:
A extrema ambição de Ana, combinada com a arrogância, fruto da ilusão sobre quem ela realmente é, faz ela ter expectativas extremamente altas, mesmo sobre os primeiros anos após a saída da faculdade. Mas a realidade não condiz com suas expectativas, deixando o resultado da equação “realidade – expectativas = felicidade” no negativo.
E a coisa só piora. Além disso tudo, os GYPSYs tem um outro problema, que se aplica a toda sua geração:
GYPSYs estão sendo atormentados
Obviamente, alguns colegas de classe dos pais da Ana, da época do ensino médio ou da faculdade, acabaram sendo mais bem-sucedidos do que eles. E embora eles tenham ouvido falar algo sobre seus colegas de tempos em tempos, através de esporádicas conversas, na maior parte do tempo eles não sabiam realmente o que estava se passando na carreira das outras pessoas.
A Ana, por outro lado, se vê constantemente atormentada por um fenômeno moderno: Compartilhamento de Fotos no Facebook.
As redes sociais criam um mundo para a Ana onde: A) tudo o que as outras pessoas estão fazendo é público e visível à todos, B) a maioria das pessoas expõe uma versão maquiada e melhorada de si mesmos e de suas realidades, e C) as pessoas que expôe mais suas carreiras (ou relacionamentos) são as pessoas que estão indo melhor, enquanto as pessoas que estão tendo dificuldades tendem a não expor sua situação. Isso faz Ana achar, erroneamente, que todas as outras pessoas estão indo super bem em suas vidas, só piorando seu tormento.
Então é por isso que Ana está infeliz, ou pelo menos, se sentindo um pouco frustrada e insatisfeita. Na verdade, seu início de carreira provavelmente está indo muito bem, mas mesmo assim, ela se sente desapontada.
Aqui vão meus conselhos para Ana:
1) Continue ferozmente ambiciosa. O mundo atual está borbulhando de oportunidades para pessoas ambiciosas conseguirem sucesso e realização profissional. O caminho específico ainda pode estar incerto, mas ele vai se acertar com o tempo, apenas entre de cabeça em algo que você goste.
2) Pare de pensar que você é especial. O fato é que, neste momento, você não é especial. Você é outro jovem profissional inexperiente que não tem muito para oferecer ainda. Você pode se tornar especial trabalhando duro por bastante tempo.
3) Ignore todas as outras pessoas. Essa impressão de que o gramado do vizinho sempre é mais verde não é de hoje, mas no mundo da auto-afirmação via redes sociais em que vivemos, o gramado do vizinho parece um campo florido maravilhoso. A verdade é que todas as outras pessoas estão igualmente indecisas, duvidando de si mesmas, e frustradas, assim como você, e se você apenas se dedicar às suas coisas, você nunca terá razão pra invejar os outros.
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CUIDADO AO RESPIRAR , VOCÊ PODE SER PROCESSADA(O). O humor de Rafael Campos Rocha.