sexta-feira, 24 de julho de 2015

"A GLOBO É O PRINCIPAL AGENTE DA IMBECILIZAÇÃO DA SOCIEDADE" - Igor Fuser.

(Foto: UJS/Portal Vermelho)
A Rede Globo é o aparelho ideológico mais eficiente que as classes dominantes já construíram no Brasil desde o início do século XX. Substitui perfeitamente a Igreja Católica como instrumento de controle das mentes e do comportamento. 

Por Igor Fuser, no Diário Liberdade - reproduzido do Portal Vermelho, de 19/07/2015

A Globo esteve ao lado de todos os governos de direita, desde o regime militar – no qual se transformou no gigante que é hoje – até Fernando Henrique Cardoso. Serviu caninamente à ditadura, demonizando as forças de esquerda e endossando o discurso ufanista do tipo “Brasil Ame-o ou Deixe-o” e as versões sabidamente falsas sobre a morte de combatentes da resistência assassinados na tortura e apresentados como caídos em tiroteios. Mais tarde, após o fim da ditadura, alinhou-se no apoio à implantação do neoliberalismo, apresentado como a única forma possível de organizar a economia e a sociedade.

No plano cultural, é impossível medir o imenso prejuízo causado pela Rede Globo, que opera como o principal agente da imbecilização da sociedade brasileira. Começando pelas novelas, seguindo pelos reality shows, pelos programas de auditório, o papel da Globo é sempre o de anestesiar as consciências, bloquear qualquer tipo de reflexão crítica.

A Globo impôs um português brasileiro “standard”, que anula o que as culturas regionais têm de mais importante – o sotaque local, a maneira específica de falar de cada região. Pratica ativamente o racismo, ao destinar aos personagens da raça negra papéis secundários e subalternos nas novelas em que os heróis e heroínas são sempre brancos. Os personagens brancos são os únicos que têm personalidade própria, psicologia complexa, os únicos capazes de despertar empatia dos telespectadores, enquanto os negros se limitam a funções de apoio. Aliás, são os únicos que aparecem em cena trabalhando, em qualquer novela, os únicos que se dedicam a labores manuais.

A postura racista da Globo não poupa nem sequer as crianças, induzidas, há várias gerações, a valorizar a pele branca e os cabelos loiros como o padrão superior de beleza, a partir de programas como o da Xuxa.

O jornalismo da Globo contraria os padrões básicos da ética, ao negar o direito ao contraditório. Só a versão ou ponto de vista do interesse da empresa é que é veiculado. Ocorre nos programas jornalísticos da Globo a manipulação constante dos fatos. As greves, por exemplo, são apresentadas sempre do ponto de vista dos patrões, ou seja, como transtorno ou bagunça, sem que os trabalhadores tenham direito à voz. Os movimentos sociais são caluniados e a violência policial raramente aparece. Ao contrário, procura-se sempre disseminar na sociedade um clima de medo, com uma abordagem exagerada e sensacionalista das questões de segurança pública, a fim de favorecer as falsas soluções de caráter violento e os atores políticos que as defendem.

No plano da política, a Rede Globo tem adotado perante os governos petistas uma conduta de sabotagem permanente, omitindo todos os fatos que possam apresentar uma visão positiva da administração federal, ao mesmo tempo em que as notícias de corrupção são apresentadas, muitas vezes sem a sustentação em provas e evidências, de forma escandalosa, em uma postura de constante denuncismo.

A Globo pratica o monopólio dos meios de comunicação, ao controlar simultaneamente as principais emissoras de TV e rádio em todos os Estados brasileiros juntamente com uma rede de jornais, revistas, emissoras de TV a cabo e portais na internet.

Uma verdadeira democratização das comunicações no Brasil passa, necessariamente, pela adoção de medidas contra a Rede Globo, para que o monopólio seja desmontado e que a sua programação tenha de se submeter a critérios pautados pela ética jornalística, pelo respeito aos direitos humanos e pelo interesse público. 


Igor Fuser é jornalista e professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).

Fonte:  EVIDENTEMENTE - http://blogdejadson.blogspot.com.br/

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Prostituição em ‘Verdades Secretas’ causa revolta entre profissionais da moda (Mas ninguém falou ainda, em processar a Rede Globo ou pedir a prisão do autor, Walcyr Carrasco)

CARMEN LUCIA
Rio - Uma menina linda que sonha ser modelo. De repente, ela se vê em uma grande cidade e encontra  a oportunidade para conquistar o mundo da moda. Mas, por trás do glamour das passarelas, existe um universo obscuro, o chamado ‘book rosa’, em que as profissionais também se prostituem. A história de Angel (Camila Queiroz), exibida na novela ‘Verdades Secretas’, de Walcyr Carrasco, tem causado muita polêmica no mundo da moda e dividido opiniões.
Camila Queiroz na pele da protagonista Angel - Foto: Reprodução
“Não sabia do ‘book rosa’ e nunca recebi uma proposta indecente. A Angel faz por necessidade, e é por essas meninas que eu estou contando esta história. Não é a melhor maneira, mas é o que aparece na vida dela”, diz a protagonista da trama, Camila Queiroz, 22 anos, modelo desde os 14. “Eu já vi de tudo, drogas, prostituição. Nunca deixaria uma filha tentar ser modelo com menos de 18. A personalidade dela ainda está em formação e é facilmente influenciável”, opina Yasmin Brunet, 27, que começou a modelar aos 13 e hoje faz parte do elenco da novela da Globo como Stephanie. Apesar da defesa das duas atrizes, a associação do universo das modelos com o das garotas de programa tem gerado revolta. “Eu não vou ser hipócrita de dizer que nunca escutei esse termo. É claro que o ‘book rosa’ existe, mas eu nunca vi nada disso perto de mim. O problema da novela é que ela está colocando as coisas de um jeito que faz o telespectador achar que todas as modelos são vagabundas. E não é assim”, dispara Talytha Pugliesi, 33, modelo há 18. “A realidade é uma coisa e a ficção é outra, tem muita coisa na ficção que não condiz com a realidade”, ressaltou a ex-modelo e atriz Letícia Birkheuer, 36, em entrevista à rádio ‘Jovem Pan’.
Yasmin Brunet, que participa da novela 'Verdades Secretas' Foto: Felipe Panfili / Ag. News
Já a top Lais Ribeiro, 24, modelo da badalada grife de lingerie norte-americana Victo- ria’s Secret, escreveu em seu Instagram: “A nossa indignação é que a novela mostra só a parte errada do nosso trabalho, e não o esforço que fazemos para chegar onde estamos.” Bastante insatisfeito, Sérgio Mattos, agente e dono da 40 Graus Models, comenta que a novela tem criado muitos problemas para o seu negócio. “A coisa já está bastante feia para modelos e agentes. Lutamos muito para profissionalizar o mercado, e a repercussão da novela não ajuda. Minhas ‘new faces’ estão sofrendo bullying e os pais estão desesperados. O que está sendo passado na novela é que o mundo da moda é só sexo, drogas e rock and roll”, reclama ele. Estilista e consultor de moda da novela das 23h, Dudu Bertholini acredita que não se deve levar a trama ao pé da letra: “A novela é uma obra ficcional, o foco é a dramaturgia. Não há intenção de denegrir. Até porque pessoas que se vendem por dinheiro existem em todas as áreas, no direito, no futebol ou na televisão.” Dinho Batista, instrutor de passarela e inspiração para a criação do booker Visky (Rainer Cadete) de ‘Verdades Secretas’, tenta explicar a confusão. “A prostituição acontece mais com quem faz eventos. É claro que não estou generalizando, não é todo mundo que faz. O fato é que, na ficção, estes dois mundos — o das modelos de passarela e o das modelos de eventos — se misturaram. Mas são perfis diferentes. Nenhum cara vai querer ir pra cama com as magricelas que desfilam. E, na nove- la, fica claro que aquela agência não é confiável. O ponto positivo nessa aborda- gem é que ela pode servir de alerta para quem procura uma agência séria”, avalia o profissional, que também atua como assessor pessoal das tops Fernanda Tavares, Isabeli Fontana, Shirley Mallmann, Emanuela de Paula, Cintia Dicker e Michele Alves.
FONTE: http://odia.ig.com.br/diversao/2015-06-27/prostituicao-em-verdades- secretas-causa-revolta-entre-profissionais-da-moda.html
A atriz Camila Queiroz defende seu personagem.
"Espero que a Arlete não seja rejeitada pelo público porque tudo o que ela faz é pela mãe e pela avó. Ela abre mão da vida dela para salvar a família, tudo o que ela faz não é por ela. Espero que as pessoas vejam isso. Ela está querendo ajudar e não prejudicar", defende a estreante
FONTE: http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2015/06/08estreante- na-tv-protagonista-de-verdades-secretas-teme-rejeicao.htm - (Google)
A MAE DA ATRIZ ESTÁ "ORGULHOSA"
"Falo umas 15 vezes por dia com ela”, revela a mãe coruja, que assistiu às cenas em que a filha aparece nua ao lado de Rodrigo Lombardi: “São bem picantes, né? Mas confio no profissionalismo dela. Estou orgulhosa”.    
FONTE: Leia mais: http://extra.globo.com/famosos/camila-queiroz-ja-brigou-por- sorvete-fala-com-mae-15-vezes-por-dia-nao-quis-que-pai-visse-nua-em-verdades-secretas-16535354.html#ixzz3g5svDfmq
Conexão Repórter - O Outro Lado da Passarela 2 - Parte 1
Conexão Repórter - O Outro Lado da Passarela 2 - Parte 2



 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Desnorteada com o discurso anticapitalista do Papa, mídia foca em crucifixo

Luiz Carlos Azenha - no Viomundo

O Papa Francisco fez um discurso anticapitalista  (Quinta Feira - 09 de julho) na Bolívia, referindo-se ao sistema econômico como “ditadura sutil”.

Foi no Segundo Encontro Mundial de Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra.

“A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral”, afirmou.

Também disse que a concentração da mídia é instrumento de “colonialismo ideológico”, pois “a concentração monopólica dos meios de comunicação social pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural”.

O papa pregou “mudança de estruturas” e disse que mesmo entre a elite econômica que se beneficia do sistema “muitos esperam uma mudança que os libere dessa tristeza individualista que os escraviza”.

Para João Pedro Stélide, líder do Movimento dos Sem Terra, que estava presente, o discurso do papa foi “irretocável”, ao atacar a busca do lucro sem considerações sociais e ecológicas como um dos grandes problemas da atualidade.

O colunismo brasileiro preferiu focar no presente inusitado que o presidente da Bolívia, Evo Morales, deu a Francisco: um Cristo crucificado em foice e martelo.

Na Folha, Igor Gielow chamou de “aberração” sem explicar a origem do presente.

É a reprodução de uma escultura do sacerdote espanhol Luis Espinal, que tinha ligação com movimentos sociais bolivianos e foi assassinado por paramilitares em 1980.

Fez parte da programação do papa em solo boliviano uma homenagem a Espinal, que era jesuíta como o atual pontífice.

A “aberração” a que se referiu o colunista da Folha demonstra o quanto ele desconhece a História dos jesuítas no período colonial.

Na introdução de A República Guarani, de Clovis Lugon, Antônio Cechin descreve:

Na América Latina, entre o século 16 e o século 18, a expansão da Companhia de Jesus (jesuítas), exerceu um papel de contrapartida humanista e espiritual da conquista militar e da dominação política. A metodologia de ação dos padres consistiu em reagrupar os índios em cidades-paróquias autônomas, propícias ao ensino e à evangelização. Surgiram assim 33 “Reduções” da Província Jesuíta do Paraguai, edificadas e habitadas pelos Guarani. Graças às disposições metafísicas desses Índios, a suas afinidades espirituais e culturais com os Jesuítas, à ação ao mesmo tempo prudente e audaciosa desses últimos, aquilo que se chamou “República Comunista Cristã dos Guarani” iria ser, durante 150 anos (1610 a 1768), o teatro de uma experiência humana e religiosa única, portanto sem similar na história, permitindo aos índios aceder ao estatuto de cidadãos livres, em tudo semelhantes aos espanhóis e, em muitos aspectos, culturalmente superiores a esses.

No bairro que fica bem atrás do Palácio Miraflores, em Caracas, o 23 de Enero, um dos bastiões do chavismo, eu vi pessoalmente numa parede a imagem de Che Guevara retratado como Cristo, de metralhadora na mão.

Hugo Chávez era ao mesmo tempo socialista e católico fervoroso. Bebia na fonte de Enrique Dussel, o filósofo argentino radicado no México autor dentre muitos outros de Filosofia da Libertação, Teologia da Libertação e Ética da Libertação, nascidos de reflexão sobre a história da Igreja Católica durante a colonização das Américas.

Nosso ponto é que o espanhol Luis Espinal não é maluco por ter juntado numa escultura Cristo, a foice e o martelo, que acima de tudo são símbolos de camponeses e operários.

Independentemente de você concordar ou não com isso, existe uma longa tradição de cristianismo “de esquerda” ou de socialismo “cristão” na América Latina.

Obviamente, o jornalismo “ligeiro” desconhece isso.

O governo boliviano desmentiu oficialmente boatos disseminados pelas redes sociais segundo os quais o Papa teria manifestado desconforto ao receber o presente.

Francisco, segundo difundido por parte da mídia boliviana, teria dito “não se faz isso” ao receber o presente, quando o áudio deixa claro que ele afirma “não sabia disso” ao ouvir a explicação de Evo Morales sobre a escultura.

Em outras palavras, a direita midiática boliviana pirou com o progressismo de Francisco e, por extensão, a brasileira.