quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Tiros contra a Humanidade


@ Márcio Metzker

A matança de 59 pessoas que assistiam a um showde música country em Las Vegas é mais um triste capítulo na escalada de violência estúpida dos atiradores suicidas dos Estados Unidos. Stephen Paddock, de 64 anos, bateu o recorde anterior, do louco assassino Omar Mateen, que havia executado metodicamente 50 pessoas numa boate gay de Orlando, na Flórida. Antes dele, uma chacina de grande repercussão perpetrada em 1999 por dois estudantes na escola de Columbine, no Colorado, havia vitimado 12 alunos e um professor, além dos outros 24 que foram baleados.

São óbvios os paralelos entre esses atos e os filmes de ação em que os protagonistas matam cada vez mais adversários a cada título que entra em cartaz. Assim como as pessoas comuns se apaixonam por astros e estrelas de beleza irresistível e admiram os carros esportivos, os assassinos em potencial ficam fascinados por armas mais leves, mas potentes e precisas. A indústria armamentista cede novidades aos produtores desses filmes, com o objetivo de criar desejo entre os traficantes e bandidos em geral.

Os Estados Unidos, país do bang-bang, é a pátria ideal para esse tipo de assassinos em série que não têm motivos pessoais para disparar contra inocentes. A banalização da morte coletiva precisa apenas de uma mente doentia, um planejamento minucioso e armas e munições que podem ser compradas e transportadas sem grande controle por parte das autoridades. Mas também surge de cultos religiosos esquizofrênicos, como o do pastor Jim Jones, que vitimou 918 pessoas por suicídio-assassinato em massa na Guiana, no ano de 1978, e do massacre de Waco, no Texas, em 1993, onde 73 seguidores do pastor David Koresh morreram queimados, além dos que foram baleados pela polícia.

Por outro lado, motivações políticas também inspiram atentados como o terrível ataque às torres gêmeas, em 2001, que deixou 3 mil mortos, e o tiroteio que matou 180 pessoas no Teatro Bataclan e outros pontos de Paris há dois anos, em Paris, reivindicado pelos terroristas do Estado Islâmico.

Atos de pura atrocidade como esses horrorizam as pessoas pela rapidez e pela eloquência das imagens que são distribuídas. São tratados como um sinal do fim dos tempos por místicos e líderes religiosos, mas se colocados numa perspectiva histórica perdem a significância. A própria Igreja foi responsável por massacres aterrorizantes, como os milhares de mortes pela fogueira ordenadas pela “Santa” Inquisição, e antes dela por quase um milhão de mortes causadas durante as Cruzadas, campanhas de conquista desfechadas sob o pretexto de libertar Jerusalém. Ninguém se esqueça de que os portugueses e espanhóis mataram 150 milhões de índios americanos nos séculos 16 e 17. E os mataram com lanças, machados e espadas, de maneira mais selvagem e sangrenta do que os disparos de arma de fogo dos pioneiros e dos soldados que “limparam” o Velho Oeste, exterminando quase completamente as tribos norte-americanas.

Crueldades inomináveis foram praticadas pelos conquistadores orientais, como Gengis-Khan, e por imperadores romanos, como Calígula. Os nacionalistas do Kuomintang chinês também derramaram muito sangue em lutas fratricidas, mas não causaram tantas mortes como a fome nos primeiros anos do regime de Mao-Tse-Tung. Os chineses deixaram de plantar arroz e trigo por estarem empenhados em superar a produção siderúrgica da Rússia. Hitler foi o responsável por 60 milhões de mortes na Segunda Guerra, mas pessoalmente ordenou “apenas” o extermínio de 6 milhões de judeus. Stálin promoveu a morte de milhões de seus compatriotas na Sibéria e nos gulags.


Como se vê, na perspectiva histórica Paddock não passa de um micróbio se comparado aos monstros que cometeram iniquidades contra seus semelhantes. Quem quiser superar seu feito, no entanto, terá que conseguir disparar um artefato nuclear numa cidade populosa do Primeiro Mundo.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A batalha midiática na América Latina

A batalha midiática na América Latina – por Atilio Boron

Por: Atilio Boron e JADSON OLIVEIRA

“EXORTAMOS OS GOVERNOS E OS MOVIMENTOS sociais e as forças políticas progressistas latino-americanas e caribenhas a dar passos rumo à construção duma vasta rede de alcance continental capaz de enfrentar as mentiras, tergiversações e manipulações das oligarquias midiáticas neocoloniais da região”. (Fotos do Blog de Atilio Boron e da Internet)
Por Atilio A. Boron (*) – no seu blog – Tradução: Jadson Oliveira (o destaque acima, os intertítulos e a disposição dos parágrafos são desta edição; título original: Considerações em torno da batalha midiática na América Latina)
Nas cidades de La Paz e Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, nos dias 27 e 28 de setembro último teve lugar um seminário internacional para discutir o tema objeto desta matéria. O evento reuniu um conjunto de analistas bolivianos e internacionais e também dirigentes e militantes dos movimentos sociais desse país para analisar uma das armas mais virulentas da contraofensiva lançada pelo império: a batalha midiática.

  1. Contou com a presença de intelectuais bolivianos como Emilio Rodas, Hugo Moldiz e Katu Arkonada, e Gisela López, ministra da Comunicação do Estado Plurinacional da Bolívia, que representou o governo boliviano. A eles se somaram Randy Alonso Falcón (Cubadebate), Luis Hernández Navarro (jornal La Jornada, México, e TeleSUR/Telesul), Érika Ortega Sanoja (correspondente do RT/Rússia Today na Venezuela), Otavio Antunes (Fundação Perseu Abramo, do Brasil), Carlos Antonio Lozada (imprensa FARC, Colômbia), Juan Manuel Karg (Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade), Luis Bruschtein (do jornal Página/12, Argentina), e o autor desta matéria.
Invitados-internacionales-WEBImpossível resenhar a variedade de assuntos tratados ao longo de dois dias de intensos debates, estimulados ademais por reuniões com o presidente Evo Morales e o vice-presidente Álvaro García Linera. Não obstante, na hora de assinalar as principais conclusões deste evento houve um amplo consenso acerca dos graves riscos que a intensificação da contraofensiva imperialista – com sua tropa de assalto midiática à frente – representa para a viabilidade da democracia e autodeterminação nacional na América Latina e Caribe. O objetivo do esforço de Washington é claro: “restaurar as condições vigentes na região nas vésperas do triunfo da Revolução Cubana”, como reza o documento final firmado pelos participantes do encontro. [1]
Guerra de reconquista lançada pelo império
Instrumentos desta iniciativa são as contínuas pressões desestabilizadoras – às vezes francamente destituintes – que o governo dos Estados Unidos vem exercendo nestes anos com aleivosia e perversidade em comunhão com seus clientes locais. O alvo preferido da agressão tem sido a Venezuela bolivariana, mas esta política é aplicada também, de modo apenas mais dissimulado, sobre todos os governos progressistas do continente sem exceção. O recente endurecimento do bloqueio a Cuba impulsionado por Donald Trump reitera a vigência desta pertinaz ofensiva contra a ilha rebelde.
Outras ferramentas desta estratégia são os mal chamados “golpes brandos”, quando uma gangue de juízes, legisladores e meios de comunicação derrubam “legalmente”, e sem apelar para intervenção das forças armadas, governos desafetos: Honduras em 2009, Paraguai em 2012 e Brasil em 2016 são outros tantos marcos desta sinistra política, aparte as tentativas fracassadas na Bolívia em 2008 e Equador em 2010. O assalto ao poder da direita no Brasil em 2016 foi executado por uma quadrilha de corruptos e mafiosos orquestrados casualmente pela embaixadora estadunidense Liliana Ayalde, a mesma que dirigiu o “golpe express” contra Fernando Lugo no Paraguai em 2012 (resolvido em menos de 24 horas) e que hoje atua como chefe civil do Comando Sul.
O retrocesso democrático que sofre a Argentina atual sob o governo de Mauricio Macri e a intensificação da presença militar estadunidense na área são outras tantas dimensões da guerra de reconquista lançada por Washington com a ilusão de fechar o desafiante parêntese aberto com o triunfo da Revolução Cubana em 1º de janeiro de 1959.
O detido exame das distintas experiências nacionais realizado no seminário revelou que em datas recentes a manipulação midiática e a absoluta irresponsabilidade dos meios de comunicação hegemônicos alcançaram níveis sem precedentes na região. De fato, os grandes oligopólios multimeios que pululam na Nossa América culminaram seu imoral trânsito do jornalismo à propaganda, abandonando a missão de oferecer informação verídica e objetiva para assumir, em troca, o papel de agentes organizativos dos “partidos da ordem”.
De órgãos jornalísticos a agências de propaganda
Portanto, é inexato se referir a eles como “órgãos jornalísticos”, porque sofreram uma mutação genética que os converteu em vergonhosas agências de propaganda da direita na região e seus amos estadunidenses. Conscientes da verdadeira fraude que isto implica para a opinião pública, insistem em autodenominar-se como “jornalismo independente”, mesmo que façam qualquer coisa menos atuar como jornalistas e honrar o direito à informação. Em seu abominável retrocesso sua tarefa agora é atrofiar e adormecer a consciência da cidadania, idiotizá-la com grosseiros programas de “entretenimento” ou transmissões esportivas e descarregar sobre o público uma torrente de notícias maliciosamente tergiversadas e eternamente descontextualizadas e que se apresentam como se fossem a obra de um “jornalismo independente, sério, objetivo, respeitável”.
Entretanto, o que fazem esses meios é difundir uma propaganda destinada a manter a população na passividade, submetida e obediente aos mandatos de seus dominadores e aprofundar sua despolitização para que a política termine sendo um monopólio das classes dominantes.
DF-2clUWsAATVBdNo entanto, a degradação intelectual e moral das massas é apenas uma parte da missão desses grandes meios pseudojornalísticos. Diante da debilidade das forças políticas da direita, eles assumem as funções próprias de um partido da ordem, tal como Antonio Gramsci advertiu em seus clássicos estudos sobre o Risorgimento italiano. E alinhados com essa nova função política fixam as orientações fundamentais que a direita deverá levar à prática em matéria de política e economia internas, assim como a orientação internacional (isto é, submissão total aos ditames de Washington) que as forças restauradoras deverão seguir para erradicar a praga esquerdista, progressista ou populista, segundo os casos registrados na América Latina e Caribe.
Sua tarefa inclui também a elaboração da agenda concreta de trabalho das organizações políticas da direita regional; o adestramento de seus quadros e militantes; a fabricação e promoção publicitária de seus candidatos e, por último, através de seus imponentes aparatos comunicacionais, a manipulação da opinião pública para que seus candidatos prevaleçam nas eleições.
Maduro seria um ditador e Temer um prudente estadista
Neste escandaloso cenário, líderes e governos populares são vítimas de permanentes campanhas de calúnias e difamações tendentes a satanizar seus principais dirigentes, agigantar os problemas que enfrentam em seus países e, enquanto isso, ocultar cuidadosamente a tragédia que aflige outros. Assim, as mortais ameaças à liberdade de expressão se encontram na Venezuela, não no México, onde 11 jornalistas foram assassinados neste ano até esta data e mais de uma centena desde princípios do século. Para essas agências de propaganda, Nicolás Maduro é sem dúvida alguma um contumaz ditador, e Michel Temer, o mafioso que usurpou a presidência do Brasil, um prudente estadista. As vítimas fatais das “guarimbas” venezuelanas deste ano são uma prova escandalosa do despotismo do “regime”, e foram notícia de primeira página, dia a dia durante mais de quatro meses; mas os 120.000 que morreram no México na fútil “guerra contra o narcotráfico” foram invisibilizados da mesma forma que os 43 estudantes de Ayotzinapa.
Do mesmo modo, essa imprensa que não economiza adjetivos para desqualificar os governos progressistas nada diz sobre os mais de 20 líderes das FARC-EP assassinados nos últimos meses nos marcos do atual “processo de paz” da Colômbia, para não falar dos quase 200 militantes de base assassinados no último ano e meio e dos sete milhões de deslocados (foragidos) pelo paramilitarismo e o narcotráfico.
Na Argentina, os meios hegemônicos apelam para milhares de argúcias e falsidades para ocultar que um jovem cidadão, Santiago Maldonado, foi detido pela Gendarmería e desde então está desaparecido; ou que há uma parlamentar do Mercosul e líder de um importante movimento social, Milagro Sala, que faz quase dois anos está em prisão sem ter sido condenada por nenhum delito.
Casos como esses que denunciamos se multiplicam ao longo de toda a geografia latino-americana e caribenha, mas esses trágicos acontecimentos não chegam a ser notícias porque a missão dos grandes meios de comunicação é precisamente impedir que se saiba disso, ou, se tal coisa é impossível, fazer todo o possível para minimizar sua visibilidade ou inventar alguma outra notícia espetacular que distraia a atenção da cidadania e se esqueça do outro tema.
Imaginem qual teria sido a reação desses meios de propaganda se o governo de Nicolás Maduro houvesse enviado a Guarda Nacional Bolivariana para sequestrar as urnas do ilegal referendo convocado pela MUD (aliança de opositores venezuelanos) em 16 de julho último e houvesse maltratado e ferido quase mil dos votantes, como neste domingo, 1º de outubro, fez o governo de Mariano Rajoy durante a realização do referendo em Catalunha! A notícia teria sido primeira página mundial durante dias e dias, e os escribas da direita teriam literalmente incendiado o continente com as denúncias contra tão brutal atropelo ao que eles próprios concebem como a essência da democracia. Não ocorrerá o mesmo com as tropelias perpetradas pelo governo de Rajoy; ninguém dirá, como o fazem com incurável estultice no caso de Maduro, que “Rajoy é um ditador.” Essas agências de propaganda do império e da direita protegem seus paus mandados, não importa o que façam.
Noam Chomsky: meios de “confusão de massas”
Em suma, a história corrigiu Karl Marx e agora os meios – não de comunicação mas de “in-comunicação” e desinformação, ou no dizer de Noam Chomsky, meios de “confusão de massas” – substituíram a religião para se converterem em “o ópio dos povos”. Esta involutiva mutação foi precocemente reconhecida por Gilbert K. Chesterton em 1917 ao dizer que os meios “são por sua própria natureza, os brinquedos de uns poucos homens ricos. O capitalista e o editor são os novos tiranos que se apoderaram do mundo. Já não é necessário que se oponha à censura da imprensa. Não necessitamos uma censura para a imprensa. A própria imprensa é a censura. Os jornais começaram a existir para dizer a verdade e hoje existem para impedir que a verdade seja dita”. Suas palavras são uma vibrante radiografia do cenário midiático no mundo atual. Sem tirar ou colocar uma vírgula, retratam a situação dos meios na América Latina.
GRUPO DE DIARIOS DE AMERICA LOGOA estratégia concertada dos grandes conglomerados da comunicação – coordenada a partir dos Estados Unidos por exemplo através do Grupo de Diários da América (GDA), com sede em Miami – impõe uma asfixiante uniformidade de temas, notícias e opiniões em todos os países da área. O GDA diz o que se tem de informar e o que não deve ser informado. Diz também o que se tem de opinar, quem deve fazê-lo e como. Basta percorrer as páginas dos principais jornais da região ou os programas televisivos de maior audiência para comprovar, por exemplo, que faz muito tempo a principal notícia procedente do exterior (quando não a única) é, invariavelmente, a Venezuela. Para a canalha midiática um mundo tão convulsionado como o atual tem um só ponto de referência – é o que ocorre na terra de Bolívar e Chávez.
Há risco duma guerra termonuclear na península norte-coreana? Que a OTAN deslocou para a fronteira russa o maior contingente de forças militares desde a Segunda Guerra Mundial? A Síria é devastada por terroristas criados pelo Ocidente? O jihadismo aterroriza a Europa e ameaça se expandir por todo o mundo? O presidente dos Estados Unidos, que controla o maior arsenal nuclear do planeta, é caracterizado pela Associação Psiquiátrica dos Estados Unidos como uma personalidade emocionalmente instável e inepta para desempenhar um cargo de tanta transcendência? Milhares de mortos no Iêmen pela agressão de uma aliança formada pela Arábia Saudita, Israel e as potências ocidentais? Nada. Todas estas coisas são ninharias. A notícia é Venezuela; as editorias “internacionais” da imprensa latino-americana só falam desse país, como se não existisse nenhum outro no mundo. Pode haver alguma outra ocasional referência a notícias de âmbito internacional, mas “a notícia” do exterior, a que precipitará um aluvião de editoriais e notas de opinião será sempre a situação venezuelana.
Como enfrentar as oligarquias midiáticas?
Dizíamos que isto não é casual, mas que obedece a uma estratégia consciente e de alcance regional. Por isso os que participamos do seminário exortamos os governos e os movimentos sociais e as forças políticas progressistas latino-americanas e caribenhas a dar passos rumo à construção duma vasta rede de alcance continental capaz de enfrentar as mentiras, tergiversações e manipulações das oligarquias midiáticas neocoloniais da região. Existem na América Latina valiosas expressões de um jornalismo fiel à sua missão de informar com objetividade. Mas, até agora, se trata de iniciativas isoladas que será necessário integrar e coordenar para desenvolver uma estratégia comum capaz de enfrentar o poderio das oligarquias midiáticas que oprimem nossos povos. Como recomendava Martí, “plan contra plan” (plano contra plano). Se o deles é uma coordenação continental de mentiras e calúnias, o nosso deve ser para fazer com que a verdade apareça com todas as suas luzes.
O seminário concluiu manifestando seu apoio à proposta dos movimentos sociais da Bolívia de respaldar a repostulação do presidente Evo Morales Ayma a um novo mandato, denunciando ademais o escandaloso dois pesos e duas medidas do “jornalismo independente” que saudou o recente triunfo da chanceler alemã Angela Merkel para iniciar um quarto mandato de governo, enquanto critica e condena sem atenuantes o presidente Evo por tentar fazer o mesmo na Bolívia. Num caso se trata da capitalização da experiência adquirida por longos anos de governo e o amadurecimento que estes outorgam a uma estadista como Merkel. No outro, expressão duma torpe aspiração a se eternizar no poder e destruir a democracia destruindo o crucial princípio da alternância no poder.
Os participantes do evento manifestaram também seu apoio ante a iniciativa de declarar 9 de agosto “como o “Dia Internacional dos Crimes Estadunidenses contra a Humanidade”, marcando a data na qual os Estados Unidos lançaram sua bomba atômica sobre a indefesa cidade de Nagasaki, e se comprometeram a promover seu lançamento oficial no próximo ano. São crimes que põem em xeque a própria sobrevivência da espécie humana e diante dos quais a indiferença se converte em cumplicidade.
Em síntese: este magnífico seminário permitiu refinar o diagnóstico sobre o panorama midiático na América Latina e Caribe, aquilatar os perniciosos efeitos do crescente controle da informação e dos meios de comunicação em mãos de oligarquias neocoloniais e profundamente refratárias às exigências da democracia e, por último, começar a elaborar uma proposta para estabelecer em Nossa América uma nova ordem informativa internacional compatível com os anseios emancipatórios e democráticos de nossos povos.
[1] Ver la declaración en Cubadebate: http://www.cubadebate.cu/noticias/2017/09/29/concluye-en-bolivia-seminario-internacional-sobre-ataques-mediaticos-a-gobiernos-progresistas/#.WdEdjGjWxPY

(*) Atilio A. Boron é cientista político e sociólogo; é argentino de nascimento, mas se diz “latino-americano por convicção”.