sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Leituras do Brasil hoje | Debate entre PT, PSOL, PSTU, PCB e PC do B


Na mesa de encerramento do II Salão do Livro Político, representantes de alguns dos principais partidos de esquerda no Brasil de hoje debateram a atual conjuntura política nacional. A mesa foi composta por Zé Maria (presidente do PSTU), Luiz Araújo (presidente do PSOL), Valter Pomar (Diretório Nacional do PT), Jamil Murad (PCdoB) e Edmilson Costa (Executiva Nacional do PCB). A mediação foi de Jorge Breogan. Iniciativa independente de editoras vinculadas a questões sociais e políticas, este ano o Salão teve como foco a atual crise política brasileira. Com participação de mais de 80 convidados especiais e mais de vinte casas editoriais, todas as atividades do Salão serão publicadas aqui na TV Boitempo

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Anistia Internacional - Direitos Humanos no Brasil X Impunidade.

Anistia Internacional aponta que 58 defensores de direitos humanos foram mortos entre janeiro e agosto de 2017 no Brasil, maioria das pessoas estava envolvida em questões ligadas ao meio ambiente e à disputa da terra. Em todo o ano de 2016, foram 66 ativistas mortos no país, que lidera o ranking de assassinato de defensores de direitos humanos na região das Américas. Assista à matéria do Bom Dia Brasil desta terça-feira (5) sobre o novo relatório da organização. Mais informações e formas de se mobilizar pelo fim dessa situação brutal

FONTE: Anistia Internacional Brasil - https://www.facebook.com/anistiainternacionalbrasil/?

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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Os rumos imprevisíveis da Lava-Jato -



PATRIOTISMO PATÉTICO.

INDÍGENAS SE MANIFESTAM.

Belo Horizonte #MG | Indígenas da etnia Pataxó, do sul da Bahia, realizaram ontem, 3, um ato cultural e político na Feira de Arte e Artesanato (Feira Hippie) contra a política higienista da prefeitura de BH, que tenta impedir a venda do artesanato indígena, principal sustento das famílias e importante símbolo da cultura dos Pataxós, no local.
Vídeo: Lucas Bois / Jornalistas Livres

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Tiros contra a Humanidade


@ Márcio Metzker

A matança de 59 pessoas que assistiam a um showde música country em Las Vegas é mais um triste capítulo na escalada de violência estúpida dos atiradores suicidas dos Estados Unidos. Stephen Paddock, de 64 anos, bateu o recorde anterior, do louco assassino Omar Mateen, que havia executado metodicamente 50 pessoas numa boate gay de Orlando, na Flórida. Antes dele, uma chacina de grande repercussão perpetrada em 1999 por dois estudantes na escola de Columbine, no Colorado, havia vitimado 12 alunos e um professor, além dos outros 24 que foram baleados.

São óbvios os paralelos entre esses atos e os filmes de ação em que os protagonistas matam cada vez mais adversários a cada título que entra em cartaz. Assim como as pessoas comuns se apaixonam por astros e estrelas de beleza irresistível e admiram os carros esportivos, os assassinos em potencial ficam fascinados por armas mais leves, mas potentes e precisas. A indústria armamentista cede novidades aos produtores desses filmes, com o objetivo de criar desejo entre os traficantes e bandidos em geral.

Os Estados Unidos, país do bang-bang, é a pátria ideal para esse tipo de assassinos em série que não têm motivos pessoais para disparar contra inocentes. A banalização da morte coletiva precisa apenas de uma mente doentia, um planejamento minucioso e armas e munições que podem ser compradas e transportadas sem grande controle por parte das autoridades. Mas também surge de cultos religiosos esquizofrênicos, como o do pastor Jim Jones, que vitimou 918 pessoas por suicídio-assassinato em massa na Guiana, no ano de 1978, e do massacre de Waco, no Texas, em 1993, onde 73 seguidores do pastor David Koresh morreram queimados, além dos que foram baleados pela polícia.

Por outro lado, motivações políticas também inspiram atentados como o terrível ataque às torres gêmeas, em 2001, que deixou 3 mil mortos, e o tiroteio que matou 180 pessoas no Teatro Bataclan e outros pontos de Paris há dois anos, em Paris, reivindicado pelos terroristas do Estado Islâmico.

Atos de pura atrocidade como esses horrorizam as pessoas pela rapidez e pela eloquência das imagens que são distribuídas. São tratados como um sinal do fim dos tempos por místicos e líderes religiosos, mas se colocados numa perspectiva histórica perdem a significância. A própria Igreja foi responsável por massacres aterrorizantes, como os milhares de mortes pela fogueira ordenadas pela “Santa” Inquisição, e antes dela por quase um milhão de mortes causadas durante as Cruzadas, campanhas de conquista desfechadas sob o pretexto de libertar Jerusalém. Ninguém se esqueça de que os portugueses e espanhóis mataram 150 milhões de índios americanos nos séculos 16 e 17. E os mataram com lanças, machados e espadas, de maneira mais selvagem e sangrenta do que os disparos de arma de fogo dos pioneiros e dos soldados que “limparam” o Velho Oeste, exterminando quase completamente as tribos norte-americanas.

Crueldades inomináveis foram praticadas pelos conquistadores orientais, como Gengis-Khan, e por imperadores romanos, como Calígula. Os nacionalistas do Kuomintang chinês também derramaram muito sangue em lutas fratricidas, mas não causaram tantas mortes como a fome nos primeiros anos do regime de Mao-Tse-Tung. Os chineses deixaram de plantar arroz e trigo por estarem empenhados em superar a produção siderúrgica da Rússia. Hitler foi o responsável por 60 milhões de mortes na Segunda Guerra, mas pessoalmente ordenou “apenas” o extermínio de 6 milhões de judeus. Stálin promoveu a morte de milhões de seus compatriotas na Sibéria e nos gulags.


Como se vê, na perspectiva histórica Paddock não passa de um micróbio se comparado aos monstros que cometeram iniquidades contra seus semelhantes. Quem quiser superar seu feito, no entanto, terá que conseguir disparar um artefato nuclear numa cidade populosa do Primeiro Mundo.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A batalha midiática na América Latina

A batalha midiática na América Latina – por Atilio Boron

Por: Atilio Boron e JADSON OLIVEIRA

“EXORTAMOS OS GOVERNOS E OS MOVIMENTOS sociais e as forças políticas progressistas latino-americanas e caribenhas a dar passos rumo à construção duma vasta rede de alcance continental capaz de enfrentar as mentiras, tergiversações e manipulações das oligarquias midiáticas neocoloniais da região”. (Fotos do Blog de Atilio Boron e da Internet)
Por Atilio A. Boron (*) – no seu blog – Tradução: Jadson Oliveira (o destaque acima, os intertítulos e a disposição dos parágrafos são desta edição; título original: Considerações em torno da batalha midiática na América Latina)
Nas cidades de La Paz e Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, nos dias 27 e 28 de setembro último teve lugar um seminário internacional para discutir o tema objeto desta matéria. O evento reuniu um conjunto de analistas bolivianos e internacionais e também dirigentes e militantes dos movimentos sociais desse país para analisar uma das armas mais virulentas da contraofensiva lançada pelo império: a batalha midiática.

  1. Contou com a presença de intelectuais bolivianos como Emilio Rodas, Hugo Moldiz e Katu Arkonada, e Gisela López, ministra da Comunicação do Estado Plurinacional da Bolívia, que representou o governo boliviano. A eles se somaram Randy Alonso Falcón (Cubadebate), Luis Hernández Navarro (jornal La Jornada, México, e TeleSUR/Telesul), Érika Ortega Sanoja (correspondente do RT/Rússia Today na Venezuela), Otavio Antunes (Fundação Perseu Abramo, do Brasil), Carlos Antonio Lozada (imprensa FARC, Colômbia), Juan Manuel Karg (Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade), Luis Bruschtein (do jornal Página/12, Argentina), e o autor desta matéria.
Invitados-internacionales-WEBImpossível resenhar a variedade de assuntos tratados ao longo de dois dias de intensos debates, estimulados ademais por reuniões com o presidente Evo Morales e o vice-presidente Álvaro García Linera. Não obstante, na hora de assinalar as principais conclusões deste evento houve um amplo consenso acerca dos graves riscos que a intensificação da contraofensiva imperialista – com sua tropa de assalto midiática à frente – representa para a viabilidade da democracia e autodeterminação nacional na América Latina e Caribe. O objetivo do esforço de Washington é claro: “restaurar as condições vigentes na região nas vésperas do triunfo da Revolução Cubana”, como reza o documento final firmado pelos participantes do encontro. [1]
Guerra de reconquista lançada pelo império
Instrumentos desta iniciativa são as contínuas pressões desestabilizadoras – às vezes francamente destituintes – que o governo dos Estados Unidos vem exercendo nestes anos com aleivosia e perversidade em comunhão com seus clientes locais. O alvo preferido da agressão tem sido a Venezuela bolivariana, mas esta política é aplicada também, de modo apenas mais dissimulado, sobre todos os governos progressistas do continente sem exceção. O recente endurecimento do bloqueio a Cuba impulsionado por Donald Trump reitera a vigência desta pertinaz ofensiva contra a ilha rebelde.
Outras ferramentas desta estratégia são os mal chamados “golpes brandos”, quando uma gangue de juízes, legisladores e meios de comunicação derrubam “legalmente”, e sem apelar para intervenção das forças armadas, governos desafetos: Honduras em 2009, Paraguai em 2012 e Brasil em 2016 são outros tantos marcos desta sinistra política, aparte as tentativas fracassadas na Bolívia em 2008 e Equador em 2010. O assalto ao poder da direita no Brasil em 2016 foi executado por uma quadrilha de corruptos e mafiosos orquestrados casualmente pela embaixadora estadunidense Liliana Ayalde, a mesma que dirigiu o “golpe express” contra Fernando Lugo no Paraguai em 2012 (resolvido em menos de 24 horas) e que hoje atua como chefe civil do Comando Sul.
O retrocesso democrático que sofre a Argentina atual sob o governo de Mauricio Macri e a intensificação da presença militar estadunidense na área são outras tantas dimensões da guerra de reconquista lançada por Washington com a ilusão de fechar o desafiante parêntese aberto com o triunfo da Revolução Cubana em 1º de janeiro de 1959.
O detido exame das distintas experiências nacionais realizado no seminário revelou que em datas recentes a manipulação midiática e a absoluta irresponsabilidade dos meios de comunicação hegemônicos alcançaram níveis sem precedentes na região. De fato, os grandes oligopólios multimeios que pululam na Nossa América culminaram seu imoral trânsito do jornalismo à propaganda, abandonando a missão de oferecer informação verídica e objetiva para assumir, em troca, o papel de agentes organizativos dos “partidos da ordem”.
De órgãos jornalísticos a agências de propaganda
Portanto, é inexato se referir a eles como “órgãos jornalísticos”, porque sofreram uma mutação genética que os converteu em vergonhosas agências de propaganda da direita na região e seus amos estadunidenses. Conscientes da verdadeira fraude que isto implica para a opinião pública, insistem em autodenominar-se como “jornalismo independente”, mesmo que façam qualquer coisa menos atuar como jornalistas e honrar o direito à informação. Em seu abominável retrocesso sua tarefa agora é atrofiar e adormecer a consciência da cidadania, idiotizá-la com grosseiros programas de “entretenimento” ou transmissões esportivas e descarregar sobre o público uma torrente de notícias maliciosamente tergiversadas e eternamente descontextualizadas e que se apresentam como se fossem a obra de um “jornalismo independente, sério, objetivo, respeitável”.
Entretanto, o que fazem esses meios é difundir uma propaganda destinada a manter a população na passividade, submetida e obediente aos mandatos de seus dominadores e aprofundar sua despolitização para que a política termine sendo um monopólio das classes dominantes.
DF-2clUWsAATVBdNo entanto, a degradação intelectual e moral das massas é apenas uma parte da missão desses grandes meios pseudojornalísticos. Diante da debilidade das forças políticas da direita, eles assumem as funções próprias de um partido da ordem, tal como Antonio Gramsci advertiu em seus clássicos estudos sobre o Risorgimento italiano. E alinhados com essa nova função política fixam as orientações fundamentais que a direita deverá levar à prática em matéria de política e economia internas, assim como a orientação internacional (isto é, submissão total aos ditames de Washington) que as forças restauradoras deverão seguir para erradicar a praga esquerdista, progressista ou populista, segundo os casos registrados na América Latina e Caribe.
Sua tarefa inclui também a elaboração da agenda concreta de trabalho das organizações políticas da direita regional; o adestramento de seus quadros e militantes; a fabricação e promoção publicitária de seus candidatos e, por último, através de seus imponentes aparatos comunicacionais, a manipulação da opinião pública para que seus candidatos prevaleçam nas eleições.
Maduro seria um ditador e Temer um prudente estadista
Neste escandaloso cenário, líderes e governos populares são vítimas de permanentes campanhas de calúnias e difamações tendentes a satanizar seus principais dirigentes, agigantar os problemas que enfrentam em seus países e, enquanto isso, ocultar cuidadosamente a tragédia que aflige outros. Assim, as mortais ameaças à liberdade de expressão se encontram na Venezuela, não no México, onde 11 jornalistas foram assassinados neste ano até esta data e mais de uma centena desde princípios do século. Para essas agências de propaganda, Nicolás Maduro é sem dúvida alguma um contumaz ditador, e Michel Temer, o mafioso que usurpou a presidência do Brasil, um prudente estadista. As vítimas fatais das “guarimbas” venezuelanas deste ano são uma prova escandalosa do despotismo do “regime”, e foram notícia de primeira página, dia a dia durante mais de quatro meses; mas os 120.000 que morreram no México na fútil “guerra contra o narcotráfico” foram invisibilizados da mesma forma que os 43 estudantes de Ayotzinapa.
Do mesmo modo, essa imprensa que não economiza adjetivos para desqualificar os governos progressistas nada diz sobre os mais de 20 líderes das FARC-EP assassinados nos últimos meses nos marcos do atual “processo de paz” da Colômbia, para não falar dos quase 200 militantes de base assassinados no último ano e meio e dos sete milhões de deslocados (foragidos) pelo paramilitarismo e o narcotráfico.
Na Argentina, os meios hegemônicos apelam para milhares de argúcias e falsidades para ocultar que um jovem cidadão, Santiago Maldonado, foi detido pela Gendarmería e desde então está desaparecido; ou que há uma parlamentar do Mercosul e líder de um importante movimento social, Milagro Sala, que faz quase dois anos está em prisão sem ter sido condenada por nenhum delito.
Casos como esses que denunciamos se multiplicam ao longo de toda a geografia latino-americana e caribenha, mas esses trágicos acontecimentos não chegam a ser notícias porque a missão dos grandes meios de comunicação é precisamente impedir que se saiba disso, ou, se tal coisa é impossível, fazer todo o possível para minimizar sua visibilidade ou inventar alguma outra notícia espetacular que distraia a atenção da cidadania e se esqueça do outro tema.
Imaginem qual teria sido a reação desses meios de propaganda se o governo de Nicolás Maduro houvesse enviado a Guarda Nacional Bolivariana para sequestrar as urnas do ilegal referendo convocado pela MUD (aliança de opositores venezuelanos) em 16 de julho último e houvesse maltratado e ferido quase mil dos votantes, como neste domingo, 1º de outubro, fez o governo de Mariano Rajoy durante a realização do referendo em Catalunha! A notícia teria sido primeira página mundial durante dias e dias, e os escribas da direita teriam literalmente incendiado o continente com as denúncias contra tão brutal atropelo ao que eles próprios concebem como a essência da democracia. Não ocorrerá o mesmo com as tropelias perpetradas pelo governo de Rajoy; ninguém dirá, como o fazem com incurável estultice no caso de Maduro, que “Rajoy é um ditador.” Essas agências de propaganda do império e da direita protegem seus paus mandados, não importa o que façam.
Noam Chomsky: meios de “confusão de massas”
Em suma, a história corrigiu Karl Marx e agora os meios – não de comunicação mas de “in-comunicação” e desinformação, ou no dizer de Noam Chomsky, meios de “confusão de massas” – substituíram a religião para se converterem em “o ópio dos povos”. Esta involutiva mutação foi precocemente reconhecida por Gilbert K. Chesterton em 1917 ao dizer que os meios “são por sua própria natureza, os brinquedos de uns poucos homens ricos. O capitalista e o editor são os novos tiranos que se apoderaram do mundo. Já não é necessário que se oponha à censura da imprensa. Não necessitamos uma censura para a imprensa. A própria imprensa é a censura. Os jornais começaram a existir para dizer a verdade e hoje existem para impedir que a verdade seja dita”. Suas palavras são uma vibrante radiografia do cenário midiático no mundo atual. Sem tirar ou colocar uma vírgula, retratam a situação dos meios na América Latina.
GRUPO DE DIARIOS DE AMERICA LOGOA estratégia concertada dos grandes conglomerados da comunicação – coordenada a partir dos Estados Unidos por exemplo através do Grupo de Diários da América (GDA), com sede em Miami – impõe uma asfixiante uniformidade de temas, notícias e opiniões em todos os países da área. O GDA diz o que se tem de informar e o que não deve ser informado. Diz também o que se tem de opinar, quem deve fazê-lo e como. Basta percorrer as páginas dos principais jornais da região ou os programas televisivos de maior audiência para comprovar, por exemplo, que faz muito tempo a principal notícia procedente do exterior (quando não a única) é, invariavelmente, a Venezuela. Para a canalha midiática um mundo tão convulsionado como o atual tem um só ponto de referência – é o que ocorre na terra de Bolívar e Chávez.
Há risco duma guerra termonuclear na península norte-coreana? Que a OTAN deslocou para a fronteira russa o maior contingente de forças militares desde a Segunda Guerra Mundial? A Síria é devastada por terroristas criados pelo Ocidente? O jihadismo aterroriza a Europa e ameaça se expandir por todo o mundo? O presidente dos Estados Unidos, que controla o maior arsenal nuclear do planeta, é caracterizado pela Associação Psiquiátrica dos Estados Unidos como uma personalidade emocionalmente instável e inepta para desempenhar um cargo de tanta transcendência? Milhares de mortos no Iêmen pela agressão de uma aliança formada pela Arábia Saudita, Israel e as potências ocidentais? Nada. Todas estas coisas são ninharias. A notícia é Venezuela; as editorias “internacionais” da imprensa latino-americana só falam desse país, como se não existisse nenhum outro no mundo. Pode haver alguma outra ocasional referência a notícias de âmbito internacional, mas “a notícia” do exterior, a que precipitará um aluvião de editoriais e notas de opinião será sempre a situação venezuelana.
Como enfrentar as oligarquias midiáticas?
Dizíamos que isto não é casual, mas que obedece a uma estratégia consciente e de alcance regional. Por isso os que participamos do seminário exortamos os governos e os movimentos sociais e as forças políticas progressistas latino-americanas e caribenhas a dar passos rumo à construção duma vasta rede de alcance continental capaz de enfrentar as mentiras, tergiversações e manipulações das oligarquias midiáticas neocoloniais da região. Existem na América Latina valiosas expressões de um jornalismo fiel à sua missão de informar com objetividade. Mas, até agora, se trata de iniciativas isoladas que será necessário integrar e coordenar para desenvolver uma estratégia comum capaz de enfrentar o poderio das oligarquias midiáticas que oprimem nossos povos. Como recomendava Martí, “plan contra plan” (plano contra plano). Se o deles é uma coordenação continental de mentiras e calúnias, o nosso deve ser para fazer com que a verdade apareça com todas as suas luzes.
O seminário concluiu manifestando seu apoio à proposta dos movimentos sociais da Bolívia de respaldar a repostulação do presidente Evo Morales Ayma a um novo mandato, denunciando ademais o escandaloso dois pesos e duas medidas do “jornalismo independente” que saudou o recente triunfo da chanceler alemã Angela Merkel para iniciar um quarto mandato de governo, enquanto critica e condena sem atenuantes o presidente Evo por tentar fazer o mesmo na Bolívia. Num caso se trata da capitalização da experiência adquirida por longos anos de governo e o amadurecimento que estes outorgam a uma estadista como Merkel. No outro, expressão duma torpe aspiração a se eternizar no poder e destruir a democracia destruindo o crucial princípio da alternância no poder.
Os participantes do evento manifestaram também seu apoio ante a iniciativa de declarar 9 de agosto “como o “Dia Internacional dos Crimes Estadunidenses contra a Humanidade”, marcando a data na qual os Estados Unidos lançaram sua bomba atômica sobre a indefesa cidade de Nagasaki, e se comprometeram a promover seu lançamento oficial no próximo ano. São crimes que põem em xeque a própria sobrevivência da espécie humana e diante dos quais a indiferença se converte em cumplicidade.
Em síntese: este magnífico seminário permitiu refinar o diagnóstico sobre o panorama midiático na América Latina e Caribe, aquilatar os perniciosos efeitos do crescente controle da informação e dos meios de comunicação em mãos de oligarquias neocoloniais e profundamente refratárias às exigências da democracia e, por último, começar a elaborar uma proposta para estabelecer em Nossa América uma nova ordem informativa internacional compatível com os anseios emancipatórios e democráticos de nossos povos.
[1] Ver la declaración en Cubadebate: http://www.cubadebate.cu/noticias/2017/09/29/concluye-en-bolivia-seminario-internacional-sobre-ataques-mediaticos-a-gobiernos-progresistas/#.WdEdjGjWxPY

(*) Atilio A. Boron é cientista político e sociólogo; é argentino de nascimento, mas se diz “latino-americano por convicção”.

sábado, 30 de setembro de 2017

sábado, 19 de agosto de 2017

Quem são os antifas, grupo que está em pé de guerra com os neonazistas nos EUA

15 agosto 2017
O atropelamento e morte de uma manifestante e a onda de violência do último fim de semana em Charlottesville, no Estado da Virgínia, foram atribuídos a indivíduos supremacistas brancos e neonazistas que protestavam contra o plano de remoção de uma estátua do polêmico general Robert E. Lee, herói dos confederados na Guerra Civil Americana.
E o presidente Donald Trump foi criticado no sábado por não ter condenado diretamente os grupos supremacistas, dizendo que a violência em Charlottesville havia tido "muitos lados".
Nesta segunda-feira, sob intensa pressão política, Trump fez uma crítica mais direta a esses extremistas brancos, dizendo que o "racismo é maldade".
Ao mesmo tempo, grupos conservadores citam a presença de membros do chamado "antifa" - abreviação de antifascismo - nos confrontos do último fim de semana. E criticam a imprensa por supostamente ser leniente com os militantes antifascistas pelo fato de estes lutarem contra os supremacistas e sua ideologia preconceituosa.
A seguir, entenda mais sobre os antifas:

Contra o que eles lutam?

Os antifas declaram oposição a todas as formas de racismo e sexismo, bem como às políticas do governo Trump contra a imigração e a entrada de muçulmanos nos EUA.




Membros dos antifas em CharlottesvilleDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO grupo tem elos com anarquistas e faz oposição aos supremacistas brancos

Ainda que os antifas sejam classificados por analistas distintos como uma organização de esquerda ou extrema-esquerda, seus integrantes fazem antagonismo à ideologia de extrema-direita, mas não promovem iniciativas que representem a um determinado setor do sistema político.
Diferentemente dos grupos políticos ou partidos tradicionais, os antifas não almeja participar de eleições nem influenciar a aprovação de leis no Congresso.
Com um forte discurso anticapitalista, eles empregam táticas mais similares às de anarquistas do que às da esquerda tradicional.
Nesse sentido, parte dos antifas considera a violência um método válido durante protestos populares, inclusive a destruição de propriedade privada e, em determinados casos, o enfrentamento físico contra seus opositores.
Recentemente, estiveram presentes em manifestações contra o líder de extrema-direita Milo Yiannopoulos, em protestos violentos durante a posse de Trump na Casa Branca e, no último fim de semana, nos incidentes em Charlottesville.

Tão antigos quanto os nazistas

O antifa tem grupos em diferentes países, ainda que, pelo menos aparentemente, os mais ativos estejam nos EUA, no Reino Unido (sob o nome de Anti-Fascist Action) e na Alemanha (Antifaschistische Aktion).
No caso alemão, o movimento foi fundado em 1932 como um grupo de extrema-esquerda de oposição ao nazismo.
No ano seguinte, logo que Adolf Hitler assumiu o controle do Parlamento, o grupo foi desarticulado até o fim da década de 1980, quando se organizou em resposta ao surgimento de grupos neonazistas após a queda do Muro de Berlim.



Manifestantes em CharlottesvilleDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs antifas entraram no radar de grupos conservadores

A eleição de Donald Trump e a ascensão da chamada "direita alternativa" (alt-right) nos EUA parecem ter dado novo impulso aos antifas, que chegaram a criar laços com alguns grupos anarquistas.
Segundo James Anderson, membro do popular site antifascista It's Going Down, o interesse do público pelo portal tem crescido desde a chegada do magnata republicano à Casa Branca.
O número de visitantes ao site passou de 300 ao dia em 2015 para cerca de 15 mil atualmente, diz ele. E, após o ocorrido em Charlottesville, a conta de Twitter do grupo ganhou 2 mil novos seguidores.
"Estamos vivendo um gigantesco ponto de inflexão", afirma Anderson. "Trata-se do poder popular. Este é um movimento aberto que busca integrar uma ampla variedade de gente."

Críticas

Mas se cresceu o interesse pelo movimento, aumentaram também as críticas.
O antifa se converteu em alvo de ataques de grupos conservadores e da extrema-direita. O comentarista da Fox News Erick Erickson, por exemplo, escreveu em seu blog que "os antifas e os supremacistas brancos são duas caras da mesma moeda".
E há poucos dias cerca de 100 mil pessoas assinaram um abaixo-assinado pedindo que Trump classifique os antifas como uma "organização terrorista".
Até o momento não se sabe ao certo quantas pessoas são membros ativos do movimento, já que a maioria se comunica entre si via redes sociais, de forma espontânea.
É provável que, depois do ocorrido em Charlottesville, os antifas continuem sob o radar da imprensa, dos analistas e dos serviços de segurança ao redor do mundo.

Fonte:  http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40942701?SThisFB

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

GLEEN GREENWALD: HÁ INDÍCIOS MUITO MAIS FORTES CONTRA TEMER E AÉCIO, MAS ELES NÃO FORAM SEQUER AFASTADOS.






domingo, 30 de julho de 2017

A diferença entre partido operário e partido pequeno burguês



A direita comprou um negro para fazer campanha contra os negros



Fernando Holiday, é vereador de São Paulo pelo DEM, mesmo partido que o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, partido que quer privatizar o ensino no país, se opôs à política de cotas na Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, as cotas são uma política Nazista que segrega a polução Negra no Brasil.
Essa declaração feita por uma pessoa qualquer, pareceria estranha, mas sendo dita por um negro a coisa se torna mais grave.
O movimento negro tem que ter a iniciativa de denunciar este cidadão, ele é um cancro para o movimento negro, o fato de ser negro significa que ele não pode ser combatido? Ele tem que ser atacado com mais intensidade do que se ele fosse branco, por que se ele fosse branco sua credibilidade diminuiria bastante, como ele é negro usa esta credibilidade para atacar os negros.
Fernando Holiday faz parte de uma campanha da direita contra o movimento negro, disfarçada de defesa do negro. Os brancos de direita compraram um negro, que é uma operação escravagista, e o colocaram para fazer campanha contra a população negra.
Assista todo sábado a análise política do PCO em nossos canais:
Blog COTV: https://cotv.live/

Brasil está sendo invadido pelos Estados Unidos, já dizia Assange


Julian Assange falou durante o seminário Liberdade, Privacidade e o Futuro da Internet

REUTERS/Sunshine Press Productions
Em videoconferência em São Paulo, fundador do WikiLeaks diz que lei americana age no País

fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse na noite desta quarta-feira (18), durante videoconferência em São Paulo, que as denúncias de espionagem americana em território brasileiro revelam que os Estados Unidos estão invadindo o Brasil.

“O que significa quando uma lei sai de seu território [para agir em outro]? Vocês estão sendo invadidos por uma jurisdição, que está fazendo valer sua lei no estrangeiro”, declarou Assange durante o seminário Liberdade, Privacidade e o Futuro da Internet, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Boitempo Editorial.

Assange fez as declarações por meio de uma videoconferência direto da Embaixada do Equador em Londres, onde está asilado desde junho de 2012.

A lei citada por Assange trata-se do Ato Patriótico, aprovado pelo Congresso americano logo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A chamada lei do terrorismo permitiu que os americanos realizassem escutas telefônicas e quebrassem sigilos para investigar possíveis atos de terrorismo. Técnicas violentas de interrogatório também foram empregadas no Oriente Médio. Para Assange, o aparato de espionagem global montado pelos EUA é consequência disso.

Tudo o que você faz na web é vigiado? Talvez seja

Partido WikiLeaks racha na Austrália; Assange admite culpa

Assange processa os Estados Unidos por espionagem na Alemanha

egundo o australiano, esse cenário revela que há um colapso do estado de direito no Ocidente.
— É um colapso dos direitos humanos.
Para o fundador do WikiLeaks, site que revelou boa parte das violações aos direitos humanos que os americanos cometeram na chamada guerra ao terror, os EUA montaram um aparato de vigilância massiva no mundo inteiro.
— Quase todas as comunicações da América Latina (98%) passam pelos EUA. Toda a estrutura [tecnológica] da comunidade do Brasil foi roubada pelos Estados Unidos. Cada pessoa que se comunica aqui está embutida nessa estrutura.
Ao mesmo tempo, diz Assange, essa infraestrutura de telecomunicações “torna possível esse tipo de comunicação, entre mim, aqui na Embaixada do Equador em Londres, e vocês, no Brasil”.
Julian Assange, de 42 anos, está refugiado na Embaixada do Equador em Londres, na Grã-Bretanha, desde 19 de junho para evitar a extradição à Suécia, onde querem interrogá-lo sobre denúncias de crimes sexuais.
O ex-pirata da informática, que enfureceu Washington em 2010 quando seu site WikiLeaks publicou milhares de documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos, disse que teme ser enviado a esse país, onde acredita que sua vida correria risco.
Até o momento, nem os Estados Unidos nem as autoridades suecas fizeram acusações formais contra Assange. Promotores suecos querem interrogá-lo sobre acusações de violação e agressão sexual feitas por duas participantes do WikiLeaks em 2010.
Assange disse que teve relações sexuais consentidas com as mulheres que o denunciaram.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Fernando Haddad no Pânico. Para você ter como alternativa de candidato à presidência. Vale ver.


Ao vivo no programa Pânico na Rádio, o prefeito Fernando Haddad falou sobre as questões que cercam a cidade de São Paulo, especialmente o trânsito e a mobilidade. Haddad também defendeu obras que sua gestão tem feito na periferia, falou sobre a polêmica dos táxis com o aplicativo Uber, sobre a aprovação de seu governo pela população paulistana, diante as eleições deste ano, e comentou a questão dos moradores de rua.

Haddad também comentou sobre a situação política nacional e disse que o PT "deu motivo" para sofrer ataques, mas defendeu o "resgate" do partido. Confira a entrevista na íntegra.

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