segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Polocci ataca novamente!

O deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho deverá ser o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2010. Convicto de sua absolvição no Supremo Tribunal Federal (STF), ele teria feito esse acerto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fim de tentar "limpar o nome" numa eleição majoritária para voltar a ser uma estrela de primeira grandeza.

A absolvição de Palocci altera o jogo político em São Paulo. Lula avalia que a alternativa resolve, de uma só tacada, o problema do PT e do governo. Motivo: o partido não tem nome de expressão para lançar no maior colégio eleitoral do País e o Planalto se preocupa com a montagem de um palanque forte para a campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Lula e Palocci sabem que será difícil vencer a eleição paulista --o favoritismo é do PSDB, que comanda o Estado desde 1995. Na hipótese de derrota de Palocci e de vitória de Dilma, Lula o indicaria para ocupar a Casa Civil no futuro governo petista.

Caso percam Dilma e Palocci, ele poderia se dedicar a consultorias econômicas e a fazer política no PT. Lula disse que uma candidatura a deputado federal o carimbaria como político com teto.

Julgamento

Por um placar apertado – cinco votos a quatro – o STF negou a abertura do processo penal contra Palocci, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter participado, quando ministro da Fazenda, da quebra e divulgação ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.

O presidente do STF, Gilmar Mendes, relator do processo, foi o primeiro a votar, e negou a investida penal contra ele.
O presidente do STF, porém, foi favorável à denúncia contra Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). No caso do jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de Palocci, Mendes foi favorável à rejeição da denúncia.

Escândalo

Ocorrido em 2006, o escândalo envolvendo Palocci custou-lhe o cargo e o status de nome natural dentro do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época, Francenildo relatou à imprensa que Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), encontrava-se com lobbistas em uma casa de Brasília, suposto local de distribuição de dinheiro e festas privadas Para o

Francenildo, um herói, para o povo
Depois da denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado e divulgado para a imprensa por conta de um alto valor depositado em sua conta. Os recursos poderiam justificar a tese de que ele estava a serviço da oposição.
Francenildo alegou que o dinheiro viera de seu pai, que realizava os depósitos em segredo por ele ser um filho ilegítimo.

Para o ministro Carlos Ayres Britto, o STF deveria receber a denúncia porque havia indícios suficientes para dar início à ação penal.

"Esse caso é emblemático porque envolve um cidadão comum, do povo, um homem simples que teve a coragem de, inclusive num fórum público, a CPI dos Bingos, revelar o que lhe parecia deslize e desvio de comportamento de autoridades ou pelo menos de uma autoridade de primeiro escalão", sublinhou Ayres Britto.

"Justamente contra esse cidadão comum, homem simples mas destemido e corajoso e desassombrado, se desencadeou a quebra do sigilo bancário dele e o vazamento dos dados para toda a imprensa, como se uma pessoa pobre, simples e comum não tivesse o civismo suficiente para, sem interesses subalternos, revelar fatos que impunham às autoridades apurar pelo menos a sua aparência de ilicitude penal", acrescentou.
(Fonte G. de Rio Claro)