sábado, 6 de setembro de 2014

EVO ABRE A CONFERÊNCIA MUNDIAL DOS POVOS INDÍGENAS: “VIDA, MÃE TERRA E PAZ”

Evo Morales destacou que na Bolívia a pobreza extrema diminuiu de 38% para 18% (Foto: AFP/Página/12)

O presidente da Bolívia, junto com o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que os três princípios fundamentais do movimento indígena são ameaçados pelo sistema capitalista. E conclamou a defendê-los.

Evo: “Os governantes do mundo têm que governar obedecendo aos povos e com os povos, com os movimentos sociais. Nossos povos, nossas nações, não podem ser governados por banqueiros nem por grandes empresários ou transnacionais”.

Do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 23

O presidente da Bolívia, Evo Morales, destacou a necessidade de defesa dos fundamentos dos povos originários ao abrir, junto com o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a Conferência Mundial dos Povos Indígenas na sede da ONU. “Os princípios fundamentais do movimento indígena são: a vida, a Mãe Terra e a paz. Estes princípios são ameaçados permanentemente por um sistema, por um modelo: o sistema capitalista e o modelo de como acabar com a vida e com a Mãe Terra”, manifestou o mandatário aymara. Também sustentou que é um imperativo para todos os governos do mundo avançar na superação e erradicação das condições da pobreza extrema e da discriminação que ainda sofrem os povos indígenas para dar solução aos problemas estruturais da pobreza.

Morales destacou que na Bolívia a pobreza extrema diminuiu de 38% para 18%, o que “é um record histórico”. Também afirmou que os povos indígenas resistiram de maneira permanente aos processos de colonização registrados nos distintos países da região e ressaltou que se conservou a cultura da vida fincada na harmonia e no equilíbrio com a Mãe Terra. “Esta Conferência Mundial deve ser o ponto de partida para definir ações coletivas em defesa da vida para iniciar processos de transformação e de mudança a partir da soberania e da ciência dos povos indígenas em combinação direta com a tecnologia e o avanço científico destes tempos”, discursou.

Ademais, o chefe de Estado boliviano considerou que essas experiências contribuíram para a libertação política e econômica da dominação de distintos impérios, o que foi possível mediante uma revolução democrática e cultural, que aspira a continuar conduzindo ao disputar sua reeleição nas eleições de 12 de outubro. Morales lembrou que antes de seu governo, o movimento indígena boliviano era utilizado para ganhar votos e não era levado em conta para governar, mas num curto tempo se demonstrou – disse – que os indígenas podem administrar um país nos marcos do serviço, compromisso e sacrifício a favor da população.

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