quarta-feira, 29 de junho de 2016

Meritocracia da corrupção de Aécio Neves

Mais uma delação e nada de uma condução para prestar depoimento. 
Desconfio que a exportação de nióbio, controlada pelo Oswaldinho, garanta a blindagem do Aécio. O nióbio é um metal usado em ligas que suportam altas temperaturas, Araxá produz 90% de todo o nióbio mundial e Oswaldinho foi quem ganhou a mina. Para se ter uma ideia da importância do nióbio no mundo, se MG parar de exportar por um mês a produção destas ligas no mundo pára. 

Fidélis Alcântara

Meritocracia da corrupção de Aécio Neves
Penta citado em delações no âmbito da Operação Lava Jato, o senador tucano, ex-candidato à presidência da república, pode ver a sua situação política degringolar de vez. Um dos sócios e ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, irá denunciar esquema de superfaturamento na construção da Cidade Administrativa, complexo feito para 20 mil funcionários durante a administração de Aécio Neves no Governo de Minas.
Segundo o delator, houve pagamento de propina de 3% do valor da obra para Aécio, através do maleiro Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho. A obra foi orçada em 949 milhões e, no fim, saiu por 1,26 bilhão.
Oswaldinho, segundo aliados e adversários do tucano, atua como seu tesoureiro informal . Além disso, chefiou a CODEMIG (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), órgão responsável por ter feito a licitação das obras da Cidade Administrativa. Além disso, o amigo Oswaldinho possui uma coleção de carros antigos, dentre os quais um Rolls-Royce usado por Aécio. A família do suposto maleiro, possuidora de uma empresa de táxi-aéreo, já ofereceu serviços ao senador.
O fim de semana realmente não foi dos melhores para o sumido-senador que perdeu as últimas eleições e desde então resolveu incendiar o país com a proposta de golpe. Marcos Valério, operador do mensalão, ao que tudo indica, também irá fazer uma delação e explicitar as tentativas de Aécio de maquiar documentos do Banco Rural na CPI dos Correios, conforme apareceu na delação do senador cassado Delcídio do Amaral.
A meritocracia, a eficiência, a gestão moderna, o compromisso com o bem público, valores tão propalados por Aécio Neves nas últimas eleições, para ele devem ter significados opostos. A meritocracia para ele é colocar aliados em postos chaves. Eficiência deve ser para angariar recursos. Gestão moderna talvez apareça como a administração do patrimônio de parceiros.
Faltou o compromisso com o bem público. Nesse caso, Aécio Neves poderia ser sincero com o país e reconhecer quais são seus reais interesses. Isso, sim, seria um verdadeiro compromisso com o bem público.